Estácio e Kroton disparam com Weintraub defendendo ensino superior privado
As ações da Estácio (ESTC3) operam com forte alta de 7,41% a R$ 29,45, liderando o Ibovespa na parte da manhã desta sexta-feira, enquanto as da Kroton (KROT3) ganham 3,62% a R$ 10,59, também se destacando no principal índice da bolsa paulista.
Os papéis reagem positivamente às declarações do o ministro da Educação, Abraham Weintraub, durante palestra no 12º Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular, dando sinais que o setor é a prioridade para o governo de Jair Bolsonaro para ampliar o número de vagas.
A fala de Weintraub teve como um dos destaques a intenção de o governo afrouxar as regras que regulam os cursos e as instituições, mas não entrou em detalhes sobre as ações planejadas neste campo.
A proposta é uma das bandeiras do setor, que defende uma simplificação das regras.
O ministro destacou que fez questão de participar do evento, mostrando que aquela era uma mensagem do Ministério da Educação de um governo que foi eleito de forma democrática pelo povo. Desta forma, no entender dele, a mensagem do presidente Jair Bolsonaro deve ser defendida.
O ministro disse, já no início de sua fala, que fez questão de aceitar o convite pela “mensagem inequívoca” de sua presença. “Fiz questão de estar aqui. É muito importante pela mensagem.
A minha presença, não do Abraham, mas do ministro da Educação do governo eleito democraticamente pela maioria dos brasileiros, de Jair Bolsonaro, tem de ser uma mensagem inequívoca”, disse. Em outras edições, o Congresso recebeu representantes do MEC.
O governo Bolsonaro e aliados mantêm o discurso de que as universidades públicas são dominadas por militantes de esquerda. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo em abril, Weintraub disse que três universidades federais teriam cortes de 30% do orçamento por promoverem o que ele chamou de balbúrdia e por não terem foco na qualidade.
Hoje, o governo lidera, baseado em lei específica, um complexo sistema de avaliação de qualidade, supervisão e autorização do funcionamento de cursos superiores no país.
Para funcionarem, os cursos de graduação no país passam por avaliações de qualidade, como o Enade (avaliação federal feita por alunos), e análise da oferta escolar, como infraestrutura.
De 2.066 faculdades, universidades e centros universitários com indicador de qualidade divulgado em dezembro ano passado (o chamado IGC, Índice Geral de Cursos), apenas 35 tiveram nota máxima (1,6%). Levando em conta, por exemplo, cursos de formação de professores a distância, esse índice é de 0,5%.
Os indicadores federais de cursos e instituições, e também dos alunos, são classificados em uma escala de 1 a 5. A maioria das instituições e cursos tem ficado no nível intermediário da avaliação, que é 3.