Política

Está tudo acertado com Mandetta, diz Bolsonaro

08 abr 2020, 20:41 - atualizado em 08 abr 2020, 20:41
Jair Bolsonaro
O presidente não quis dar detalhes da conversa que teve com o auxiliar mais cedo, de mais de uma hora, mas preferiu adotar um tom de conciliação (Imagem: Facebook/Jair Bolsonaro)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que está “tudo acertado” na sua relação com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e ressalvou que é comum ocorrer atritos porque está “todo mundo estressado de tanto trabalho”.

“É comum acontecer (atritos), momento em que está todo mundo estressado de tanto trabalho, eu estou, ele está, mas foi tudo acertado, aqui é sem problema nenhum, segue a vida”, disse Bolsonaro, em entrevista nesta noite ao programa televisivo Brasil Urgente, do apresentador José Luiz Datena.

O presidente não quis dar detalhes da conversa que teve com o auxiliar mais cedo, de mais de uma hora, mas preferiu adotar um tom de conciliação.

“Foi uma reunião onde nós conversamos, acima de nós dois, eu sou presidente e ele é ministro, está o interesse do Brasil”, disse Bolsonaro, que se esquivou de responder diretamente se cogitou a troca do ministro da Saúde nos últimos dias.

Mandetta e Bolsonaro têm tido embates nas últimas semanas em razão da atuação do governo sobre o coronavírus. Na segunda-feira, após forte especulação sobre eventual queda do titular da Saúde, Mandetta fez um pronunciamento dizendo que ficaria no cargo. Mas manteve o tom de confronto com a linha perseguida por Bolsonaro.

Enquanto o presidente defende o relaxamento de medidas de isolamento social, com receio de que o prolongamento dessas restrições possam ter um impacto ainda maior para a economia brasileira, Mandetta tem sido favorável a decisões dos gestores estaduais e municipais –criticados pelo presidente– de manter medidas de restrição de movimentação social com o intuito de frear a disseminação do vírus e uma sobrecarga dos sistemas de saúde.

Presidente e ministro também divergem a respeito do uso da cloroquina no tratamento a pessoas com Covid-19. Bolsonaro é favorável a um uso ampliado, enquanto Mandetta tem alertado para os efeitos colaterais e recomenda que o uso seja feito apenas em pacientes hospitalizados.

Pouco antes da entrevista de Bolsonaro, no primeiro aceno público ao presidente desde segunda, o ministro da Saúde afirmou nesta quarta-feira que o chefe do Executivo Federal está no comando do time e defendeu que se olhe para frente no trabalho para enfrentar a pandemia de coronavírus, após ter reconhecido que houve “dificuldades internas” em relação às ações do governo.

“A todos aqueles que estão com ânimos exaltados, (quero) deixar claro: aqui está tudo bem, estamos olhando pelo para-brisa”, disse ele, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, ao ressaltar que o país terá dias “muito duros” no enfrentamento da pandemia.

“Quem comanda esse time é o presidente Jair Messias Bolsonaro”, reforçou Mandetta, que descreveu a reunião da manhã como ocorrida em “bom clima”.

Perguntado na entrevista no Planalto sobre o encontro de mais cedo com o presidente, Mandetta disse que o governo está dando passos “rumo a uma unidade muito grande”, mas admitiu, sem dar detalhes, que houve dificuldades no passado.

“Tivemos as nossas dificuldades internas, tivemos. Porém nós estamos prontos, cada um ciente do nosso papel nessa história”, afirmou Mandetta, acrescentando que o Ministério da Saúde tem “total tranquilidade” de tomar as medidas necessárias para o enfrentamento do coronavírus.

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