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Está na hora de vender ações da CSN (CSNA3), diz Goldman Sachs; banco elenca os motivos

14 abr 2023, 20:01 - atualizado em 14 abr 2023, 20:01
CSN Mineração
O banco passou a recomendar a venda dos papéis da holding em meio ao declínio dos resultados e à alavancagem elevada (Imagem: CSN/Divulgação)

A CSN (CSNA3) enfrentou um dia ruim na Bolsa. Além da baixa do setor de mineração e siderurgia como um todo devido à fraqueza nos preços do minério de ferro, as ações da companhia sofreram com o corte de recomendação do Goldman Sachs.

O banco passou a recomendar a venda dos papéis da holding em meio ao declínio dos resultados e à alavancagem elevada.

“Esperamos que os resultados da CSN e a geração de caixa livre atinjam o pico no segundo trimestre de 2023, seguido de ventos contrários devido a uma combinação de 1) aumento de capex (investimentos), 2) resultados decrescentes e 3) alta alavancagem em um ambiente de taxa de juros elevada”, afirmam os analistas Marcio Farid, Gabriel Simoes e Henrique Marques, em relatório publicado nesta sexta-feira (14).

Hoje, as ações da companhia desabaram 7,35%, negociadas a R$ 14,49 cada.

Segundo o Goldman Sachs, com uma alavancagem ainda elevada, o balanço patrimonial da CSN está menos preparado que o dos pares em caso de deterioração nos números para níveis menores que os normalizados.

“Adicionalmente, a estratégia de alocação de capital da companhia continua incluindo expansão orgânica e inorgânica em um mundo onde investidores preferem retornos de caixa”, acrescenta o banco.

Por conta de um cenário limitado para remuneração a acionistas nos próximos anos (fluxo de caixa livre cumulativo em 3% em 2023-25), a instituição rebaixou a CSN para venda. Enquanto isso, o preço-alvo da ação foi cortada em 22%, a R$ 12,50.

“Nos tornaríamos mais construtivos se os resultados normalizassem a um nível maior que o cenário-base do Goldman Sachs, suportado por geração de fluxo de caixa livre e menor alavancagem. Esse poderia ser o caso se os preços de minério de ferro permanecerem mais fortes que as expectativas da equipe de commodities do Goldman Sachs e/ou a demanda por aço acabe sendo maior que o esperado”, comentam os analistas.

O banco acredita que os resultados da CSN devem cair 7% no comparativo anual em 2023 e 15% em 2024. O capex cumulativo em 2023-27 deve equivaler a 120% do valor de mercado, com contribuição limitada dos resultados no curto prazo, e a alavancagem deve atingir pico de 3,2 vezes dívida líquida/Ebitda em 2025, ante média de -0,6 vez para os pares esperada para o mesmo ano.