Está na hora de comprar as ações da Iguatemi? Veja opinião de 5 analistas
A maioria dos analistas gostaram do resultado financeiro da Iguatemi (IGTA3) e perceberem uma tendência de melhora no futuro da empresa. Para chegar a essa conclusão, o Money Times obteve relatórios da Ágora Investimentos, BTG Pactual, Bank of América, Itaú BBA e Banco Safra nesta terça-feira (10).
Dos 5 relatórios, 3 tiveram boas recomendações, como compra ou outperform. Os outros dois viram a ação ou com viés neutro ou market perform, mas nenhum dos especialistas recomendaram vender a companhia.
A Iguatemi teve alta de 500% no lucro líquido do 2º trimestre de 2021, que chegou a R$ 279 milhões. Todavia, por volta das 16h41 (horário da Brasília), as ações da companhia registravam queda de 3,69%, cotadas a R$ 38,38.
Mesmo com o mercado pessimista, o BTG Pactual disse que o resultado foi forte, apesar dos impactos da segunda da Covid-19, que fechou boa parte dos shoppings. O banco comentou que a receita líquida, de R$ 170 milhões, foi 6% abaixo do esperado.
Não obstante, a instituição financeira calculou que o indicador que define o fluxo de caixa para as operações de fundos do setor imobiliário (FFO) está em R$ 0,47 por ação, também 6% abaixo do que o BTG Pactual esperava.
Todavia, os analistas do BTG recomendam compra, pois veem um futuro brilhante para ação com a melhora da pandemia.
“Com a aceleração do ritmo de vacinação no Brasil, esperamos que as restrições sejam amenizadas (todos os shoppings ainda têm algum tipo de restrição) e que as vendas se recuperem ainda mais” afirmou.
BofA e Safra
O BofA também está otimista após a companhia reportar vendas a patamares próximos aos de 2019, cerca de 86% do vendido em relação a dois anos antes, mesmo com todas as restrições do período.
A instituição financeira notou que essa superação às medidas restritivas foi puxada pela melhora em junho, quando as vendas saltaram 95%, ante queda de 55% em abril. Para os especialistas, essa alta ocorreu por causa da resiliência do consumidor de alta renda, um dos fatores a recomendação de compra.
“Continuamos esperando que os shoppings de alto padrão focados em um consumidor mais resiliente vejam uma recuperação mais rápida em comparação com seus concorrentes de baixa renda”, afirmou o BofA.
Por isso, o banco estimou um preço-alvo de R$ 44 para as ações da Iguatemi.
Enquanto isso, o Safra avaliou que o resultado foi fraco, em relação a grande melhora que aconteceu no final do ano passado. Mas não penalizou a empresa, pois o número ruim saiu em meio a um cenário macroeconômico pandêmico.
Ainda assim, o relatório listou alguns números positivos do trimestre, como melhora de 43% na receita bruta, que foi de R$ 228 milhões, além do crescimento de 6,6% no faturamento, em relação a 2019, o que é uma boa notícia, tendo em vista que naquele ano não existia o coronavírus.
“O aumento da receita foi impulsionado pela expansão do aluguel em 15% na comparação com o 2º trimestre de 2019, para R$ 169 milhões, além do avanço de 86% nas outras receitas, para R$ 28 milhões, resultando dos elevados resultados das plataformas de e-commerce da operadora de shoppings”, disse o Safra.
Desse modo, a instituição financeira classificou as ações como Outperform com preço-alvo de R$ 48,20.
Despesas e dívidas são problemas
O Itaú BBA ficou empolgado com recuperações citadas anteriormente e comentou que “a Iguatemi apresentou sólida atuação operacional”, mas ponderou com a falha no FFO, também citada pelo BTG, que foi puxada pelas despesas.
“A receita líquida da empresa e a margem EBITDA estavam em linha com nossas expectativas, mas as despesas financeiras (ajustadas pelo MTM das ações do IFCM) levaram a uma falha nos resultados”, disseram Alex Ferraz, André Dibe, William Dantas e Pablo Ordóñez ao assinarem o relatório do Itaú.
Por esses motivos, o banco classificou as ações como market perform com preço-alvo em R$ 48.
A Ágora também teceu elogios para a companhia, assim como os outros analistas. Para José Cataldo, o IPO da Infracommerce (IFCM3), empresa que a operadora de shoppings possui 9% de participação, permitiu à Iguatemi diminuir a pressão sobre a dívida, mas ponderou que o momento não é de 100% de alívio.
“A dívida é um ponto de preocupação que esperamos remover de nossa lista se a proposta de estrutura acionária da companhia for aprovada”, avaliou Cataldo em relatório enviado aos clientes pela corretora nesta terça-feira.
Sendo assim, o especialista do setor financeiro possui recomendação neutra com um preço-alvo de R$ 50.