Está na hora de comprar a ação da CCR, avalia Planner
A Planner alterou a recomendação de venda da CCR (CCRO3) e passou a indicar a compra da ação, com novo preço-alvo de R$ 17,50. Apesar do grande impacto causado pela pandemia de covid-19 na mobilidade urbana, a corretora destacou que o tráfego nas rodovias tem mostrado melhorias significativas, o que explica em parte a visão otimista dos analistas sobre o futuro da empresa.
Outro ponto positivo levantado pela Planner é o reequilíbrio econômico dos contratos de concessões sob administração da companhia:
“As perdas derivadas da crise atual serão objeto de pedidos de reequilíbrio econômico-financeiro aos poderes concedentes das concessões rodoviárias. Além deste pedido, as concessionárias da CCR que têm negócios no estado de São Paulo (AutoBan, ViaOeste, Renovias e SPVias) estão discutindo vários pedidos de reequilíbrio de contrato, que podem resultar em extensão dos prazos das concessões”, comentou Luiz Francisco Caetano, autor do relatório divulgado nesta quarta-feira (19).
A CCR está perto de vencer duas concessões importantes: a RodoNorte e a NovaDutra. Sobre a segunda, a Planner mencionou a intenção do governo de prorrogar a concessão por falta de tempo hábil, mas a corretora não encarou isso com preocupação.
“A lei permite ao governo prorrogar em até dois anos o contrato, mas é provável que não seja necessária uma extensão tão grande do prazo”, disse Caetano. “A empresa tem várias discussões com o Poder Concedente para reequilíbrio econômico-financeiro do contrato, que pode resultar tanto em pagamento quanto na extensão do prazo da concessão”.
Dados semanais do tráfego
O movimento nas rodovias administradas pela CCR, considerando a ViaSul, apresentou queda de 0,6% na semana de 7 a 13 de agosto de 2020 ante o mesmo período do ano passado.
No acumulado do ano, o tráfego recua 6,3%, pressionado pelos veículos de passeio (-20,4%).
O movimento nos aeroportos registrou queda de 85% entre os dias 7 e 13 de agosto e acumula um percentual negativo de 58,4% no ano.
Resultados
No segundo trimestre do ano, a CCR registrou prejuízo de R$ 164,7 milhões e um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 819,4 milhões, queda anual de 39,7%.
O tráfego recuou 22,1% no período, enquanto a mobilidade urbana apresentou uma queda de 73,6%, com aeroportos sofrendo mais (-95%).
Apesar do menor desempenho, os números da companhia vieram acima do esperado pelos analistas.