Perspectivas 2023

Essa palavra vai movimentar os mercados em 2023 e mexer com o seu bolso; saiba qual

29 nov 2022, 15:30 - atualizado em 29 nov 2022, 15:30
Recessão é a palavra que irá ditar o rumo dos mercados globais e afetar o desempenho dos ativos financeiros, inclusive do Ibovespa (Foto: Divulgação)

Recessão. Essa é a palavra que irá ditar o rumo dos mercados globais em 2023 e afetar o desempenho dos ativos financeiros, inclusive do Ibovespa. Por isso, os investidores devem estar atentos ao cenário econômico que se vislumbra para os Estados Unidos e se proteger do impacto no bolso. 

“Prepare-se para uma recessão nos EUA no próximo ano”, alerta a economista da S&P Global Ratings, Beth Ann Bovino, em relatório pós-feriado de Ação de Graças. Segundo ela, o que está por vir em 2023 deve ser a principal preocupação dos mercados, com risco de contágio, especialmente para os emergentes.

“O início da recessão nos EUA e um novo declínio nos preços dos ativos de risco provavelmente ocorrerão em algum momento do próximo ano”, prevê a equipe de estratégia do BCA Research, em relatório especial com as previsões para 2023. 

Isso é válido até mesmo para Wall Street. “Provavelmente, as ações dos EUA não estão precificando uma recessão e o S&P 500 deve cair para até 3.100 [pontos] nesse cenário”, afirmam os estrategistas Peter Berezin, Arthur Budaghyan e Garry Evans. Para eles, uma contração exagerada nas margens de lucro das empresas é um risco a ser monitorado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mercados e recessão

Com isso, é provável que as ações globais tenham um desempenho inferior (underperfom) ao de Nova York na fase inicial da onda vendedora (sell off) resultante da recessão norte-americana. “Mas esses ativos devem receber uma sobreponderação (overweight) assim que a dinâmica recessiva terminar”, ponderam os estrategistas do BCA Research.

Para eles, o desempenho superior das ações cíclicas globais, como aquelas relacionadas às commodities, em relação às defensivas, como os bancos, não é consistente com uma recessão iminente nos EUA. A tendência para os preços do petróleo é de estável para baixo, enquanto os metais industriais, como o minério de ferro, devem seguir subvalorizados. 

Tudo isso devido às fracas condições de crescimento global, inclusive por parte da China. “Além disso, um cenário recessivo favorece as ações de crescimento (“growth”) em relação às de valor (“value”)”, avaliam os estrategistas da consultoria canadense. O mesmo se pode dizer para as empresas de maior capitalização (large caps) em detrimento às small caps

No caso do Brasil, a posição do BCA Research permanece neutra. “Embora as ações brasileiras estejam baratas tanto em dólares quanto em moeda local, quando comparadas aos mercados emergentes, o cenário econômico doméstico e a dinâmica dos preços das commodities constituirão obstáculos”, afirmam os estrategistas de mercados emergentes. 

Segundo eles, enquanto os investidores começam a precificar gastos fiscais mais elevados do novo governo, a expectativa para a inflação e a atividade continuam muito otimistas. “A previsão é de que o país entre em um período de estagflação”, afirmam. 

Que bicho é esse?

A recessão é caracterizada pela queda do Produto Interno Bruto (PIB), sendo que a extensão do período de recuo resulta em diferentes parâmetros. É comum dizer que dois trimestres consecutivos de retração do PIB configuram uma recessão técnica, enquanto um ciclo de declínio acentuado da atividade representa uma depressão econômica.

Aliás, tanto a S&P Global Ratings quanto o BCA Research formam uma longa fileira de instituições financeiras que preveem uma recessão na maior economia do mundo. O Deutsche Bank foi um dos pioneiros nesta estimativa.

A boa notícia é que a recessão esperada para os EUA em 2023 será leve ou média, semelhante à observada na virada dos anos de 1960 para a década de 1970. À época, a queda econômica foi relativamente silenciosa e também desencadeada por uma crise inflacionária.

Trata-se de algo bem diferente que as duas últimas contrações mais severas. A mais recente ocorreu em 2020, como consequência do impacto econômico da pandemia de coronavírus. A anterior foi em 2008, após o colapso do Lehman Brothers e a eclosão da crise financeira das hipotecas subprime.

Já a estagnação acontece quando o crescimento econômico de um país está abaixo do potencial, resultando em leituras fracas do PIB. A estagflação é uma variante desse cenário, no qual o baixo crescimento econômico é acompanhado de altas taxas de inflação.

Siga o Money Times no LinkedIn!

Fique bem informado, poste e interaja com o Money times no LinkedIn. Além de ficar por dentro das principais notícias, você tem conteúdo exclusivo sobre carreira, participa de enquetes, entende sobre o mercado e como estar à frente no seu trabalho. Mas não é só isso: você abre novas conexões e encontra pessoas que são uma boa adição ao seu network. Não importa sua profissão, siga o Money Times no LinkedIn!