Comprar ou vender?

Esqueça as ações da Oi e compre as da Tim, avalia Credit Suisse

21 jan 2020, 20:45 - atualizado em 21 jan 2020, 20:45
Oi OIBR3
O banco projeta um preço-alvo de R$ 0,70 para cada papel ordinário (OIBR3), o que implica em um potencial de desvalorização de 32% (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

As ações da Oi não se tornariam interessantes mesmo em um caso de venda da sua unidade móvel, avalia o Credit Suisse em um relatório enviado a clientes nesta terça-feira (21).

O banco projeta um preço-alvo de R$ 0,70 para cada papel ordinário (OIBR3), o que implica em um potencial de desvalorização de 32%.

A recomendação é de venda (underperform, desempenho abaixo da média do mercado).

No cenário-base traçado pelos analistas Daniel Federle, Felipe Cheng e Juan Pablo Alba, a divisão móvel da Oi seria vendida por aproximadamente R$ 16 bilhões.

Este valor foi calculado sob a visão de que a parte móvel da Oi, sob uma gestão eficiente, pudesse alcançar margens (Ebitda) de 40%, que é o nível da Tim (TIMP3).

“Mesmo sob esse cenário bastante otimista, no qual o comprador deixa boa parte das sinergias para a Oi e assumindo uma criação de valor de cerca de R$ 9 bilhões com a venda de outros ativos não essenciais (Unitel, imóveis e créditos fiscais), ainda é difícil encontrar vantagem sobre os preços atuais das ações”, esclarecem.

A empresa não se tornaria geradora positiva de caixa mesmo com a venda de todos os ativos, já que o endividamento restante e a parte fixa com receitas em queda continuariam a queimar caixa nos próximos anos.

Apenas uma venda ainda mais cara, a R$ 19 bilhões, poderia gerar algum potencial para as ações, já que poderia ir a R$ 1,20. Vale lembrar que, caso o negócio não aconteça, o valor da ação iria a R$ 0,20.

Vivo Claro Tim Oi Tele
As ações da Tim têm potencial de alta de aproximadamente 20% (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

Tim e Vivo

No mesmo documento, o Credit Suisse elevou a recomendação para as ações da Tim para compra (outperform, desempenho acima da média do mercado). O preço-alvo estipulado subiu de R$ 15 para R$ 20, o que sugere um potencial de valorização de 20%.

“Como uma empresa predominantemente móvel e com uma exposição relevante ao segmento de baixa renda (mais sensível à melhoria da macroeconomia), vemos a TIM mais bem posicionada para oferecer resultados operacionais mais fortes e superar seus pares em receitas e lucros”, relatam os analistas.

A compra da Oi também agregaria sinergias e seria feita a um preço atrativo.

As ações da Vivo (VIVT4) também tiveram a indicação elevada, passando de venda para neutra. O preço-alvo avançou de R$ 51 para R$ 66.

Apesar de entender que o melhor ficou para trás, a equipe de análise do Credit Suisse entende que o negócio fixo, que responde por 35% das operações, ainda deve continuar a pesar sobre o crescimento total.

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