Esqueça a inflação de agosto nos EUA e a Super Quarta; problema já é o que o Fed fará em novembro
Esta quarta-feira (13) será de digestão dos dados de inflação dos Estados Unidos. Agora cedo, o Bureau of Labor Statistics (o equivalente americano ao IBGE) divulgou que a inflação para os consumidores subiu 0,6% em agosto. Trata-se de um salto e tanto sobre julho, quando o CPI (Consumer Price Index) avançou 0,2%.
No acumulado de 12 meses, a inflação americana chegou a 3,7%, sinalizando a maior alta em 14 meses. O salto do CPI já era esperado por parte dos analistas nos EUA, já que o vilão é bem conhecido: a disparada de 25% do preço do petróleo desde o final de julho.
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É claro que a pressão no bolso dos consumidores americanos pesará na próxima semana, quando o Fomc (o equivalente do Federal Reserve ao Copom do nosso Banco Central) se reunirá para determinar a nova taxa básica de juros da maior economia do mundo. A decisão vai encavalar com a do BC brasileiro, marcando mais uma Super Quarta.
CPI de agosto joga pressão no Fed em novembro
Mas, o mais importante, segundo analistas americanos, é quanto o salto do CPI de agosto pressionará a reunião do Fed em novembro. Se uma nova alta dos juros já é dada como fato consumado no próximo dia 20, o mesmo não se dizia de outro aumento em novembro – e a inflação divulgada hoje apimenta o cenário.
Como se sabe, a possibilidade de o Fed prolongar o ciclo de alta dos juros americanos repercute nos mercados de todo o mundo. Dentro de casa, em Wall Street, os índices futuros do Dow Jones e do S&P travam agora uma briga entre altas e baixas, enquanto os futuros de Nasdaq seguem no vermelho.
O embate reflete o dilema entre um dado já precificado – a forte inflação de agosto – e o cenário incerto que se cria para novembro.
Por aqui, os contratos futuros de Ibovespa seguem no azul, sem se abalar com o dado. Por volta das 9h50, o Ibovespa futuro subia 0,17%, para 119.280 pontos. O dólar também permanece em queda. Ou o mercado brasileiro ainda não atinou para o que vem pela frente, ou aguarda que os americanos decidam quem tem razão (pessimistas ou otimistas) para se posicionar.
O problema é que essa postura reativa, como se sabe, pode trazer grandes prejuízos aos investidores verde-amarelos. Afinal, como todo o mercado sabe, o dinheiro grosso vai para quem sabe se antecipar aos fatos. Nas próximas semanas, a bola de cristal dos investidores deve derreter de tanta consulta.
Veja o comunicado do BLS sobre o CPI de agosto nos EUA: