Espírito Santo planeja vender fatia de distribuidora de gás em operação na B3
O Espírito Santo planeja abrir mão do controle de sua empresa de distribuição de gás por meio da venda de 25% das ações da companhia em uma operação na B3 (B3SA3), a bolsa de valores de São Paulo, disseram autoridades locais à Reuters nesta quarta-feira.
O governo do Estado possui atualmente 51% da ES Gás.
A distribuidora de combustíveis BR Distribuidora (BRDT3) possui a fatia restante, mas também irá vender 25%, afirmou à Reuters o governador capixaba, Renato Casagrande (PSB), antes de anunciar na quinta-feira a privatização da companhia.
“Nós vamos vender parte da empresa através do mercado de ações, pelo menos 25%, e a BR Distribuidora vai fazer o mesmo”, disse o governador em uma entrevista por telefone. “Vamos privatizar a empresa, repassar o controle”, acrescentou.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está sendo contratado para elaborar o plano de privatização da distribuidora de gás, afirmou Casagrande.
Entre as opções está uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) tradicional, segundo Heber Resende, presidente-executivo da ES Gás.
Ele acrescentou, porém, que é mais provável que a participação na empresa seja vendida a um investidor único ou a um grupo de investidores.
Entre os compradores que ele vê como prováveis interessados no ativo estão fundos de pensão ou infraestrutura com foco em rendimentos de longo prazo e baixo risco.
Eles provavelmente estariam associados a empresas com experiência nas operações de distribuição de gás, disse.
A venda é parte de um plano para revitalizar a economia do Espírito Santo, Estado produtor de petróleo que possui 350 milhões de reais de royalties em um fundo soberano.
A operação também ocorre em meio a um plano mais amplo do governo federal para atrair novos investidores para o setor de distribuição de gás do Brasil, tradicionalmente dominado por governos estaduais e pela estatal Petrobras.
Casagrande disse que vai anunciar na quinta-feira planos para atrair negócios para o Estado com crédito subsidiado, incentivos fiscais e uma redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) interestadual.