‘Espero que chegue aos 300 anos’: Esta ação paga dividendos recorrentes e é uma boa para o longo prazo, segundo Barsi
Quem conhece ou segue os métodos de Luiz Barsi, famoso por ter enriquecido na bolsa com dividendos, sabe que o investidor dá preferência em papéis de longo prazo. Nada de day traders ou lucros de uma hora para outra.
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Porém, em evento do AGF Day, realizado na semana passada, Barsi foi desafiado a algo mais: falar uma empresa para dar de presente a um jovem que está começando a jornada.
A resposta foi um papel de uma companhia tradicional na bolsa: a Klabin (KLBN11). A empresa possui 125 anos de história, mas o megainvestidor torce para que a companhia tenha mais 300. Ele diz que as famílias controladoras (Klabin e Lafer) criaram um patrimônio impressionante ao longo dos anos.
“Se a empresa chegou até aqui, com uma estratégia de investimento, de aprimoramento e de crescimento constante, além de distribuir parte de seus lucros trimestrais, acredito que ela terá uma longa trajetória. Para quem é jovem ou está pensando no longo prazo, sugiro investir na Klabin”, afirma.
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Ele afirma ainda que o papel paga dividendos trimestrais e possui ações a um preço acessível, o que permite adquirir uma quantidade maior. KLBN11 está cotada a R$ 22.
“Isso proporciona uma maior quantidade de ações, o que, por sua vez, gera dividendos mais interessantes ao longo do tempo. Ações têm retorno proporcional à quantidade possuída, então, se alguém adquire para um filho, por exemplo, já estará criando uma carteira que poderá oferecer uma renda progressiva ao longo dos anos”.
Barsi também recorda que a companhia possui um patrimônio físico relevante. “Tenho certo receio em investir em empresas cujo valor é puramente intelectual, pois esse tipo de patrimônio pode mudar rapidamente. O patrimônio físico, ao contrário, é algo duradouro”.
CEO responde se pagará menos dividendos com nova política
O evento também contou com a participação do CEO da Klabin, Crstiano Teixeira. A principal dúvida era se com a nova política de dividendos, a companhia iria diminuir a quantidade paga.
Pelos novos termos, a empresa agora vai distribuir entre 10% e 20% do Ebitda ajustado aos acionistas, abaixo da faixa anterior de 15% para 25%, enquanto permite ao conselho decidir distribuir dividendos extraordinários.
Teixeira destaca que a companhia se prepara para gerar ‘muito caixa’ pelos próximos dois anos em meio à entrada de máquinas e projetos, como o Puma, uma das maiores apostas da companhia.
“Essas máquinas vão trazer mais produção — pelo menos mais 200 mil toneladas. Isso vai gerar mais Ebitda para a companhia”.
Dessa forma, a gigante de papel e celulose espera manter o pagamento de dividendos nos atuais níveis, que hoje está em torno de R$ 1,20 a R$ 1,25 por unit e R$ 0,25 por ação.
“Para nosso bolso, isso não vai impactar, pois a companhia está crescendo. O valor pago por ação neste ano deverá ser o mesmo no próximo, pois o Ebitda está crescendo. Pago 20% da geração de caixa. Assim, ao ajustar para um centro de 15%, e com o crescimento do Ebitda , o valor por ação – R$ 0,25 ou R$ 1,20 – deverá se manter”
Safra enxerga prudência
Para o analista do Safra, Ricardo Monegaglia, a Klabin é prudente ao mudar a política.
“Parabenizamos a abordagem mais cautelosa, já que o índice Dívida Líquida/Ebitda da empresa deverá exceder 4x nas suas demonstrações do terceiro trimestre devido a cerca de US$ 1,2 bilhão em desembolsos relacionados ao projeto Caete”, diz.
A estimativa é que a companhia atingirá uma dívida líquida/Ebitda abaixo de 3,5x no primeiro trimestre de 2025, assumindo que vende o excesso de terra da Caete. Sem essa venda, no entanto, a relação só cairia abaixo de 3,5x no terceiro trimestre de 2026.
“Notavelmente, uma redução nos pagamentos de dividendos – de 20% para 15% do Ebitda – apoiaria ainda mais a obtenção de um Dívida Líquida/Ebitda abaixo de 3,5x no terceiro trimestre de 2025.
No lado negativo, o analista prevê que alguns investidores podem penalizar a companhia por um fluxo de dividendos reduzido nos próximos trimestres.