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‘Espero que chegue aos 300 anos’: Esta ação paga dividendos recorrentes e é uma boa para o longo prazo, segundo Barsi

04 nov 2024, 16:54 - atualizado em 04 nov 2024, 17:46
Barsi
Ele afirma que o papel paga dividendos trimestrais e possui ações a um preço acessível, o que permite adquirir uma quantidade maior (Imagem: Divulgação)

Quem conhece ou segue os métodos de Luiz Barsi, famoso por ter enriquecido na bolsa com dividendos, sabe que o investidor dá preferência em papéis de longo prazo. Nada de day traders ou lucros de uma hora para outra.

Porém, em evento do AGF Day, realizado na semana passada, Barsi foi desafiado a algo mais: falar uma empresa para dar de presente a um jovem que está começando a jornada.

A resposta foi um papel de uma companhia tradicional na bolsa: a Klabin (KLBN11). A empresa possui 125 anos de história, mas o megainvestidor torce para que a companhia tenha mais 300. Ele diz que as famílias controladoras (Klabin e Lafer) criaram um patrimônio impressionante ao longo dos anos.

“Se a empresa chegou até aqui, com uma estratégia de investimento, de aprimoramento e de crescimento constante, além de distribuir parte de seus lucros trimestrais, acredito que ela terá uma longa trajetória. Para quem é jovem ou está pensando no longo prazo, sugiro investir na Klabin”, afirma.

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Ele afirma ainda que o papel paga dividendos trimestrais e possui ações a um preço acessível, o que permite adquirir uma quantidade maior. KLBN11 está cotada a R$ 22.

“Isso proporciona uma maior quantidade de ações, o que, por sua vez, gera dividendos mais interessantes ao longo do tempo. Ações têm retorno proporcional à quantidade possuída, então, se alguém adquire para um filho, por exemplo, já estará criando uma carteira que poderá oferecer uma renda progressiva ao longo dos anos”.

Barsi também recorda que a companhia possui um patrimônio físico relevante. “Tenho certo receio em investir em empresas cujo valor é puramente intelectual, pois esse tipo de patrimônio pode mudar rapidamente. O patrimônio físico, ao contrário, é algo duradouro”.

CEO responde se pagará menos dividendos com nova política

O evento também contou com a participação do CEO da Klabin, Crstiano Teixeira. A principal dúvida era se com a nova política de dividendos, a companhia iria diminuir a quantidade paga.

Pelos novos termos, a empresa agora vai distribuir entre 10% e 20% do Ebitda ajustado aos acionistas, abaixo da faixa anterior de 15% para 25%, enquanto permite ao conselho decidir distribuir dividendos extraordinários.

Teixeira destaca que a companhia se prepara para gerar ‘muito caixa’ pelos próximos dois anos em meio à entrada de máquinas e projetos, como o Puma, uma das maiores apostas da companhia.

“Essas máquinas vão trazer mais produção — pelo menos mais 200 mil toneladas. Isso vai gerar mais Ebitda para a companhia”.

Dessa forma, a gigante de papel e celulose espera manter o pagamento de dividendos nos atuais níveis, que hoje está em torno de R$ 1,20 a R$ 1,25 por unit e R$ 0,25 por ação.

“Para nosso bolso, isso não vai impactar, pois a companhia está crescendo. O valor pago por ação neste ano deverá ser o mesmo no próximo, pois o Ebitda está crescendo. Pago 20% da geração de caixa. Assim, ao ajustar para um centro de 15%, e com o crescimento do Ebitda , o valor por ação – R$ 0,25 ou R$ 1,20 – deverá se manter”

Safra enxerga prudência

Para o analista do Safra, Ricardo Monegaglia, a Klabin é prudente ao mudar a política.

“Parabenizamos a abordagem mais cautelosa, já que o índice Dívida Líquida/Ebitda da empresa deverá exceder 4x nas suas demonstrações do terceiro trimestre devido a cerca de US$ 1,2 bilhão em desembolsos relacionados ao projeto Caete”, diz.

A estimativa é que a companhia atingirá uma dívida líquida/Ebitda abaixo de 3,5x no primeiro trimestre de 2025, assumindo que vende o excesso de terra da Caete. Sem essa venda, no entanto, a relação só cairia abaixo de 3,5x no terceiro trimestre de 2026.

“Notavelmente, uma redução nos pagamentos de dividendos – de 20% para 15% do Ebitda – apoiaria ainda mais a obtenção de um Dívida Líquida/Ebitda abaixo de 3,5x no terceiro trimestre de 2025.

No lado negativo, o analista prevê que alguns investidores podem penalizar a companhia por um fluxo de dividendos reduzido nos próximos trimestres.

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