Mercados

Esperança de rali do S&P 500 desaba com Powell a todo vapor

29 ago 2022, 8:46 - atualizado em 29 ago 2022, 9:13
Dólar
Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de dois anos saltaram para o maior nível desde 2007, com o aumento das apostas de alta de juros (Imagem: REUTERS/Rick Wilking)

O rali que elevou os ativos de risco no mês passado foi apenas um ganho temporário em um mercado de baixa que provavelmente vai piorar daqui para frente.

Essa é a visão de investidores para quem finalmente caiu a ficha que um Federal Reserve hawkish e outros bancos centrais pretendem subir juros a todo custo para combater a inflação mais alta em uma geração.

A queda dos mercados na segunda-feira sustenta essa visão: ações, moedas de países desenvolvidos e emergentes e até mesmo os títulos do Tesouro americano caíam à medida que os gestores digeriram a mensagem dura do presidente do Fed, Jerome Powell, de que os juros continuariam subindo mesmo que isso significasse dificuldades para famílias e empresas.

“O ambiente mudou”, disse Kim Fournais, fundador e diretor executivo do Saxo Bank. “É difícil imaginar como esse mercado, que ainda está sendo negociado perto de máximas históricas, pode permanecer nesses níveis. Haverá um período de grande volatilidade.”

O Goldman Sachs aponta para o dólar como o principal beneficiário em meio ao caos do mercado, o Westpac alerta sobre mais pressão sobre o iene e a BNP Paribas Wealth Management vê mais perdas para ativos de países em desenvolvimento.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de dois anos saltaram para o maior nível desde 2007, com o aumento das apostas de alta de juros.

Os mercados emergentes parecem particularmente sensíveis à política do Fed depois que uma série de ingressos recentes reforçaram as esperanças de uma recuperação dos ativos de risco.

Os investidores injetaram US$ 7,5 bilhões líquidos em nove mercados de ações da Ásia, excluindo China, em agosto, o maior ingresso desde o final de 2020, mostraram dados compilados pela Bloomberg. Eles viraram compradores líquidos de títulos soberanos de países como Indonésia e Tailândia pela primeira vez em meses na esperança de um aperto de juros mais calibrado do Fed.

Esse impulso agora está em risco e uma série de dados econômicos importantes esta semana podem dar mais motivos para descarregar ativos de risco.

“Nosso modelo quantitativo está dando um sinal de venda de curto prazo nos mercados de ações, com o risco de um completo colapso da alta dos mercados que vimos desde meados de junho”, disse Gary Dugan, executivo-chefe do Global CIO Office em Singapura.

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