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Espanhol Santander tem prejuízo recorde de 11,1 bilhões de euros no 2º trimestre

29 jul 2020, 8:58 - atualizado em 29 jul 2020, 8:58
Santander SANB11
O Santander disse que o grupo estava adiantando em seu plano de economia de custos, com as despesas operacionais caindo 5% ano a ano em termos reais e a região europeia alcançando mais de 300 milhões de euros (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

O Santander (SANB11) da Espanha registrou um prejuízo líquido recorde de 11,1 bilhões de euros (13 bilhões de dólares) no segundo trimestre, sofrendo o maior impacto registrado até o momento por um banco europeu em meio à crise desencadeada pela pandemia do novo coronavírus.

O segundo maior banco da zona do euro em valor de mercado informou nesta quarta-feira que havia registrado efeitos extraordinários no valor de 12,6 bilhões de euros, com a deterioração econômica causada pelo Covid-19 forçando-o a cancelar aquisições anteriores, principalmente na Europa.

Os principais mercados do Santander, que abrangem o Brasil e a Espanha, foram alguns dos mais afetados pela pandemia, com moedas emergentes mais fracas do mercado piorando os números.

A unidade brasileira do banco, o Santander Brasil teve queda de mais de 40% no lucro do segundo trimestre, após provisionar 3,2 bilhões de reais para potenciais perdas com empréstimos por causa da crise.

Do total das baixas contábeis registradas pelo banco espanhol, 10,1 bilhões de euros estão relacionados a ágio e 2,5 bilhões de euros a DTAs, um instrumento que concede incentivos fiscais a empresas quando reportam prejuízo ou contra determinadas provisões.

O banco afirmou que as baixas por redução ao valor recuperável não teriam impacto nos níveis de capital, que subiram para 11,46% em junho de 11,33% em março, com a implementação total de novos padrões de contabilidade.

Excluindo itens extraordinários, o banco teve lucro atribuível subjacente de 1,53 bilhão de euros, queda de 27% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

O Santander disse que o grupo estava adiantando em seu plano de economia de custos, com as despesas operacionais caindo 5% ano a ano em termos reais e a região europeia alcançando mais de 300 milhões de euros em eficiência de custos no primeiro semestre, 75% da meta para 2020.

A margem financeira (NII, na sigla em inglês), uma medida dos ganhos com empréstimos, menos os custos com depósitos, caiu 14%, para 7,72 bilhões de euros, em razão das baixas taxas de juros, enquanto a receita caiu 15%, para 10,46 bilhões de euros.

Analistas consultados pela Reuters esperavam NII em 7,75 bilhões de euros e receita em 10,56 bilhões de euros.

Os ajustes relacionados ao Covid-19 atingiram o retorno sobre capital tangível (Rote, na sigla em inglês), uma medida de rentabilidade que situava-se em 5,19% no final de junho.

A presidente do conselho de administração do Santander, Ana Botín, disse que o banco estava comprometido em aumentar seu Rote para 13% a 15% no médio prazo e forneceria uma atualização de seus planos estratégicos nos próximos meses.