Espaçolaser mostrou que é capaz de enfrentar a crise, mas ainda tem desafios para superar
A Espaçolaser (ESPA3) mostrou que seu modelo de negócios é resiliente e capaz de atravessar a crise, mas tem vários desafios para superar, disse o Inter Research.
Na avaliação dos analistas, a companhia divulgou bons números nessa temporada de resultados. Foi o primeiro balanço da Espaçolaser após a abertura de capital, e a empresa conseguiu superar as expectativas.
“Mesmo com um cenário adverso causado pela pandemia, a companhia conseguiu atrair seus clientes de volta às lojas e cortar custos, aumentando sua rentabilidade. Além disso, o modelo de negócio também se mostrou resiliente e capaz de atravessar esse momento, com uma participação importante dos canais de vendas digitais”, comentaram Breno Francis de Paula e Athos Nolasco Mendes Silva, autores do relatório divulgado pelo Inter Research na terça-feira.
A companhia teve lucro líquido ajustado de R$ 36,6 milhões no quarto trimestre do ano passado. O valor saltou 265,5% quando comparado aos R$ 10 milhões reportados em igual período de 2019.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado trimestral avançou 17,9%, de R$ 45 milhões para R$ 53,1 milhões.
A Espaçolaser apresentou receita líquida de R$ 169,9 milhões no trimestre, alta de 5,7% em relação a um ano antes.
No acumulado do ano, os números (tanto lucro e Ebitda quanto receita) ficaram abaixo da performance apresentada em 2019.
Desafios que Espaçolaser precisa enfrentar
O Inter Research reiterou sua recomendação neutra para a ação da Espaçolaser, com preço-alvo de R$ 19.
Quando os analistas iniciaram a cobertura da companhia, alguns pontos de atenção foram levantados na tese de investimento. A principal preocupação é a guerra de preços no mercado de depilação, que pode afastar a empresa da liderança.
O Inter Research destacou que o mercado é muito fragmentado. Pequenas empresas querem se consolidar e fortalecer suas marcas, enquanto as redes de maior porte procuram algum diferencial para ganhar a atenção do cliente.
“É possível que haja uma guerra de preços entre as maiores redes para conquistar os clientes, uma vez que há uma baixa diferenciação de produtos e barreiras para o usuário trocar seu prestador de serviço”, disse a equipe de análise do Inter Research.