Money Minds

Espaçolaser (ESPA3): ‘Valor da ação está subestimado, não reflete o potencial da companhia’ afirma CFO no Money Minds

10 mar 2025, 19:30 - atualizado em 10 mar 2025, 19:21

 

Após um notório IPO no início de 2021, a Espaçolaser (ESPA3) atingiu um pico com suas ações valendo mais de R$ 20 logo na estreia na bolsa, animando investidores que adquiriram o papel a R$ 17,90. Quatro anos depois, os papéis da gigante de depilação a laser valem centavos e a empresa precisou de uma reestruturação.

Fábio Itikawa, diretor financeiro (CFO) desde julho de 2024, afirma que depois de seis meses mapeando o cenário e definir quais problemas precisam ser endereçados, a Espaçolaser sabe onde quer chegar e está trabalhando para a entrega de melhorias nos resultados trimestre a trimestre, com foco em geração de caixa, eficiência operacional e redução da alavancagem. Por isso, para ele, a ação da companhia está valendo menos do que deveria.

Em entrevista ao Money Minds, programa do Money Times no YouTube, Itikawa pontuou que o preço da ação sofreu com um combo de fatores macroeconômicos e próprios da companhia.

No último fechamento, em 7 de março, ESPA3 esteve cotada a R$ 0,67, muito distante do que a ação já valeu um dia. Para o CFO, a ação está subestimada.

Apesar de o histórico recente da companhia ser de um processo de reestruturação, Fábio Itikawa coloca que o resultado está vindo e a companhia acredita ter um grande potencial a ser explorado. “Isso nos faz acreditar que o preço da ação não reflete o potencial da companhia”.

A Espaçolaser divulga seu balanço referente ao quarto trimestre de 2024 (4T24) no dia 20 de março e o CFO aponta este como um bom período, com melhoras de resultado. Segundo Itikawa, o último ano foi de “virada”.

“Historicamente, o quarto trimestre para nós é o mais forte em termos de venda e geração de caixa. Acreditamos que será um resultado que vai impressionar um pouco o mercado e eventualmente reconhecer esse trabalho de reestruturação”.

Ele recorda que à época do IPO, o cenário era favorável, com juros baixos, acesso a crédito e alocação na renda variável promissora.

“Saímos de juros de 2% para 14% em aproximadamente um ano e isso impacta preço de ação. A ação sofreu por fatores macro e, internamente, claro que também tivemos alguns aprendizados [em relação a erros] da companhia”.

A tese do IPO da Espaçolaser consistia em captar recursos para comprar lojas de franqueados, com a perspectiva de implementar uma melhor gestão e, assim, crescer o faturamento, conforme o diretor financeiro. “E de fato aconteceu, mas não na magnitude que esperávamos”, disse ao Money Times.

Segundo ele, houve a compra de um grande volume de lojas em um curto espaço de tempo sem a preparação necessária para absorvê-las nesse período, o que levou a necessidade de se reorganizar.

“A empresa sempre focou em vendas, mas estamos com um olhar um pouco mais atento em termos de custos e despesas. Nos últimos oito meses, estamos olhando com mais atenção essas linhas para, de fato, buscar otimizar a estrutura de custos e da operação”.

Com 20 anos de existência, Itikawa recorda que a Espaçolaser já enfrentou diversos momentos políticos e econômicos, que a tornaram resiliente diante da atual conjuntura macroeconômica.

“Estamos preparados para esses momentos de incerteza. É claro que uma Selic alta e um momento de PIB menor impacta o nosso negócio, mas a companhia está ciente e tem planos para enfrentar qualquer cenário”.

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.