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Espaço aéreo russo fechado pode ter efeito fora da UE? A pandemia não deixa desprezar nada

01 mar 2022, 10:29 - atualizado em 01 mar 2022, 11:10
Mamão papaia depende do modal aéreo para exportação e fica na dependência de rotas abertas (Frutmel Frutas)

O fechamento do espaço da Rússia às companhias aéreas europeias e americanas parece ser uma realidade distante para nossa parte do mundo e dos setores que dependem da aviação para o fluxo de comércio exterior. Mas o efeito cascata disso ainda está por ser conhecido na sua extensão.

De certa forma, a pandemia do novo coronavírus mostrou que não se deve desprezar nenhuma hipótese.

Mas, antes, vamos a essa situação imposta pelo governo russo, em retaliação ao fechamento do espaço aéreo da Europa às suas companhias, no bojo das sanções econômicas.

O comércio europeu para o Oriente e Ásia, navegado sobre as asas, tem a sua principal rota cortando a Rússia, nas duas mãos. Terá que haver desvios, mais longos e mais custosos.

Qual a possibilidade, então, de essas mudanças obrigarem as companhias aéreas desviarem aeronaves que serviriam outras partes do mundo, especialmente em roteiros menos rentáveis, concentrando operações em outras rotas?

Ocorreu isso em 2020, e um pouco menos em 2021, conforme o presidente da Brapex, entidade dos produtores de mamão papaia, Bruno Pessoti, disse então ao Money Times.

A situação era outra, naturalmente, tendo em vista que a pandemia tirou do ar muitos voos globais, mas a decisão foi a mesma: mercados menos lucrativos sofreram mais com o desvio de aeronaves de carga.

Desta vez, o empresário ainda não vislumbra algo assim, mas não descarta. Cerca de 60% do mamão precisa ir de avião, dada a perecibilidade da fruta.

Fora esse produto, outros, sensíveis, tecnológicos e de pequenos lotes, transitam por carga aérea.

Há que ser lembrando, também, que gigantes da navegação – outro setor que ficou bagunçado pela pandemia e ainda hoje impõe custos sobre as exportações brasileiras, como as de café -, estão saindo dos portos russos e ucranianos.

E vão precisar absorver mais cargas para não se afundarem, concorrendo, de certo modo, com as aéreas.

 

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