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ESG vai ditar rumos da sociedade e do agronegócio nas próximas décadas, diz CEO da Gavea; confira a entrevista

22 mar 2023, 10:00 - atualizado em 22 mar 2023, 6:50
Confira entrevista com CEO da Gavea Marketplace, Vítor Uchôa Nunes, sobre utilização da tecnologia e os princípios ESG no mercado de commodities (Foto: Divulgação)

Criadora da primeira bolsa de commodities do mundo baseada em blockchain, a Gavea Marketplace vem expandindo horizontes. Recentemente, realizou a internacionalização do produto, em setembro de 2022 durante o Trade Hub, evento que aconteceu na Universidade de Cambridge no Reino Unido, ligado à Organização das Nações Unidas (ONU).

Foram negociadas 60 mil toneladas de soja, a carga de um navio cheio, do Brasil para Rotterdam, na Holanda. Além disso, pela primeira vez foi possível rastrear a origem dos grãos.

Comandada por Vítor Uchôa Nunes (CEO), a startup tem como um dos seus pilares a preservação do meio ambiente. A transação demonstrou toda a rastreabilidade do produto, desde a origem até a entrega na Europa. Para isso, utilizou a mais moderna tecnologia desenvolvida pela Gavea para os princípios ESG – sigla em inglês para governança socioambiental.

Com clientes como Amaggi, Agro Amazônia, FS Bioenergia, Inpasa, Gavilon, Cofco e Viterra, a startup tem planos ambiciosos de crescimento. Na entrevista abaixo, Vítor Uchôa Nunes responde perguntas sobre onde a Gavea Marketplace quer chegar.

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Depois do lançamento da primeira bolsa digital e sustentável do país, que avaliação se faz do produto e da experiência do cliente nele?  

Nós possibilitamos uma experiência completa aos clientes, de forma sustentável e rápida. Na Gavea Marketplace, é possível criar plataformas próprias de negociação em blockchain, com privacidade, segurança, além de muitas outras funcionalidades.

Com isso, a tecnologia que criamos nos permitiu agregar e seguir princípios socioambientais, em conformidade com a agenda ESG – que vai ditar os rumos da sociedade nas próximas décadas, inclusive no agro.

Como funciona a rastreabilidade das commodities na plataforma da Gavea?

A rastreabilidade inicia no blockchain com a criação de tokens das safras negociadas, com todas as validações socioambientais. Portanto, é possível seguir em conformidade com as novas exigências da União Europeia, por exemplo. Aliás, o bloco europeu determinou que a partir de agora as empresas da região só podem negociar produtos que não agridam o meio ambiente.

Nós já tínhamos essa tecnologia à disposição dos nossos clientes mesmo antes desta determinação. Fizemos, inclusive, uma transação piloto de 60 mil toneladas de soja tokenizada do Brasil até o Porto de Rotterdam na Holanda, já seguindo esses princípios.

– Existe novos produtos a seren lançados em breve?

Nós estamos sempre de olho nas tendências dos mercados. Como em qualquer outro setor, o agronegócio se atualiza constantemente, sempre de olho em soluções mais baratas, rápidas e seguras.

Assim, estamos atentos aos anseios dos nossos clientes, ao mesmo tempo em que nos atualizamos em discussões aprofundadas. Esperamos anunciar novos produtos em breve. Alguns deles já estão em teste e serão lançados ainda neste semestre.

– Quanto a Gavea já promoveu em compras e vendas e até onde vocês querem chegar ainda esse ano?

Atualmente, a plataforma já soma mais de US$ 3 bilhões em ordens de compra e venda, correspondentes a mais de 9 milhões de toneladas de produtos, incluindo a carga negociada na transação-piloto. Este ano a meta é ultrapassar bem esta marca, agregando novos mercados e produtos – inclusive insumos e barter (operação financeira entre os produtores rurais e empresas de produtos utilizados no agro).