Educação

Escritora de autoajuda é presa por pagar US$ 50 mil para mudar notas do filho

24 out 2019, 14:20 - atualizado em 24 out 2019, 14:20
Jane Buckingham é a 11ª pessoa condenada por manipular em favor dos filhos o processo de admissão ao ensino superior por meio de suborno ou enganação (Imagem: Reprodução/Jane Buckingham)

Uma executiva de marketing e autora de livros de autoajuda de Beverly Hills passará três semanas atrás das grades por pagar US$ 50.000 para fraudar as notas do filho no exame de admissão à faculdade. Um tribunal federal dos EUA rejeitou o pedido de seus advogados para poupá-la da prisão.

Jane Buckingham é a 11ª pessoa condenada por manipular em favor dos filhos o processo de admissão ao ensino superior por meio de suborno ou enganação. A promotoria queria uma sentença de seis meses, mas Buckingham pediu clemência.

“Não tem desculpa”, reconheceu a autora do livro “The Modern Girl’s Guide to Sticky Situations” (“O guia da garota moderna para situações difíceis”, em tradução livre) à juíza Indira Talwani em Boston na quarta-feira. “Eu acordo toda manhã e, quando lembro do que fiz e quantas pessoas prejudiquei, sei que nunca poderei perdoar a mim mesma.”

Buckingham se declarou culpada, admitindo ter pago US$ 50.000 a uma suposta instituição de caridade administrada pelo idealizador do esquema, o conselheiro de admissão Rick Singer, para que um impostor fizesse a prova de admissão no lugar do filho dela.

“Eu preciso que você faça ele entrar na USC”, disse ela (se referindo à Universidade do Sul da Califórnia) em conversa gravada com Singer, que acabou cooperando com a promotoria. Segundo documentos judiciais, então ela brincou: “Depois preciso que você encontre a cura para o câncer” e traga a paz ao Oriente Médio.

A sentença de seis meses desejada pelos procuradores seria a mais severa imposta até agora aos pais envolvidos no caso.

“Ela orquestrou uma fraude completa”, afirmou o promotor assistente Justin O’Connell ao tribunal.

Talwani se mostrou cética, observando que Buckingham, ao contrário de outros pais, optou por não subornar técnicos esportivos para que seu filho entrasse na universidade como atleta recrutado.

“Você está realmente me pedindo para sentenciar esta pessoa por uma decisão que ela acabou não tomando?”, perguntou a juíza.

Entre os 10 pais condenados até agora, a sentença dela, de três semanas, é a segunda mais curta.

Em seu recurso de clemência, na quarta-feira, Buckingham pediu desculpas à família e agradeceu a um agente do FBI “que tornou um dos dias mais assustadores da minha vida. . . mais suportável.”

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