Internacional

Escolha de Trump para BID quer combater influência da China

26 ago 2020, 13:52 - atualizado em 26 ago 2020, 13:53
Mauricio Claver-Carone disse que o banco com sede em Washington poderia suplantar Pequim como favorito em toda a região em um momento em que a administração de Xi Jinping está recuando (Imagem: Noel Celis/Pool via Reuters)

Um conselheiro sênior do presidente dos EUA, Donald Trump, disse que transformaria o Banco Interamericano de Desenvolvimento em um peso pesado financeiro para conter a influência da China no Hemisfério Ocidental, caso conquiste a presidência da instituição.

Mauricio Claver-Carone disse que o banco com sede em Washington poderia suplantar Pequim como favorito em toda a região em um momento em que a administração de Xi Jinping está recuando.

No ano passado, o Banco de Desenvolvimento da China e o Banco de Exportação e Importação da China forneceram US$ 1,1 bilhão em financiamento aos governos da região e empresas estatais, em comparação com mais de US$ 35 bilhões em 2010, de acordo com relatório feito pelo Diálogo Interamericano e pelo Centro de Políticas de Desenvolvimento Global da Universidade de Boston.

Claver-Carone tem conversado com alguns dos maiores acionistas do banco na América Latina e na Europa, pressionando por um aumento de capital.

“O BID Invest pode ser uma ferramenta extraordinária”, disse Claver-Carone em entrevista, referindo-se ao braço de investimento do banco.

Claver-Carone está montando uma campanha para chefiar o BID, que empresta cerca de US$ 13 bilhões por ano, depois que sua indicação por Trump gerou polêmica por quebrar uma tradição não escrita de latino-americanos presidirem o banco.

Enquanto o cubano-americano é favorito na eleição de 12 de setembro, não há garantia de que a votação será realizada. Acionistas incluindo Argentina, México e Chile, tentam atrasar o processo e podem impedir a escolha.

Bagagem partidária

Os críticos também argumentam que Claver-Carone traz bagagem partidária que poderia ser particularmente desafiadora se o candidato democrata à presidência Joe Biden vencer a eleição dos EUA em novembro.

Na Casa Branca, Claver-Carone liderou uma política linha dura contra Cuba, bem como um esforço diplomático para ganhar reconhecimento internacional para o líder da oposição venezuelana Juan Guaido. Advogado de formação, atuou anteriormente como diretor executivo dos EUA no Fundo Monetário Internacional.

Para amenizar a preocupação de um norte-americano chefiar uma organização normalmente liderada por latino-americanos, Claver-Carone disse que manteve conversas com brasileiros sobre a segunda posição no BID e acrescentou que nomeará líderes do Caribe e da América Central.

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