Escolha de Marina Silva para o Ibama pode ser útil no diálogo com o agro, desde que ela permita
O indicado a presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, pode ter sido uma escolha bastante acertada pela ministra Marina Silva, desde que ela saiba aproveitar o perfil do deputado federal (PSB), não reeleito.
Embora combativo, o ex-prefeito de Bauru (SP) por dois mandatos é tido como um ambientalista técnico (biólogo de formação), de boa conversa, avesso a holofotes, e que teve um bom trânsito na Câmara enquanto presidente da Comissão de Meio Ambiente, no período mais crítico de aumento do desmatamento e do garimpo ilegal.
Rodrigo Agostinho pode ser importante contrapeso para aquilo que o presidente Lula pediu aos seus ministros, a respeito de manter o diálogo constante e direto com congressistas e a sociedade, uma vez que vai comandar o mais importante órgão fiscalizador e executor de medidas do governo, que enfrentarão muita resistência.
A titular do Ministério do Meio Ambiente (MMA) é vista como radical e de difícil diálogo, embora seja uma pessoa afável com todos.
Muitos dos que com ele convivem, ou que privaram de algum relacionamento próximo – como este repórter – acreditam que Agostinho poderá exercer uma papel de interlocutor mais do que simples comandante de ações programáticas do MMA, desde que Marina assim o permita.
No diálogo com o agronegócio especificamente, Rodrigo Agostinho pode acrescentar a experiência política, o conhecimento científico e a circulação e credibilidade que conquistou com grupos ambientalistas de todos os matizes como membro titular do Conselho Nacional do Meio Ambiente por 10 anos.