Erdogan convoca eleições turcas para 14 de maio, três meses após terremoto
O presidente turco, Tayyip Erdogan, marcou oficialmente nesta sexta-feira eleições parlamentares e presidenciais para 14 de maio, apenas três meses depois de terremotos que deixaram milhões de desabrigados no sul da Turquia.
“Nossa nação irá às urnas para eleger seu presidente e parlamentares em 14 de maio”, disse Erdogan em um discurso televisionado após assinar a decisão, pouco mais de um mês depois que os terremotos mataram quase 50.000 pessoas na Turquia.
Erdogan afirmou que as eleições foram antecipadas em um mês porque a data planejada de 18 de junho coincide com exames universitários, férias de verão e viagens para a peregrinação do Hajj.
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A votação será o maior teste de Erdogan em seus 20 anos no poder, com decisão não apenas sobre quem lidera a Turquia, mas como ela é governada, para onde sua economia está indo e que papel ela pode desempenhar para aliviar o conflito na Ucrânia e no Oriente Médio.
Na segunda-feira, a principal aliança de oposição de seis partidos nomeou Kemal Kilicdaroglu, líder do Partido Republicano do Povo (CHP), como seu candidato para desafiar Erdogan à Presidência.
Erdogan disse que sua campanha se concentrará na recuperação após os terremotos e não usará nenhuma música. Todos os candidatos parlamentares de seu partido AK terão que fazer uma doação “generosa” ao fundo de terremotos da Autoridade de Gestão de Emergências e Desastres (AFAD), segundo ele.
De acordo com decreto publicado no Diário Oficial, os sobreviventes dos terremotos manterão seus direitos de voto se tiverem se mudado, o que significa que poderão votar nas cidades onde residem atualmente.
Erdogan disse que mais de 47.000 pessoas morreram na Turquia devido aos terremotos, elevando o número total, incluindo os mortos na Síria, para mais de 53.000.
Mais de 600.000 casas desabaram ou foram severamente danificadas em toda a região, segundo dados oficiais.
As pesquisas sugerem que os votos presidenciais e parlamentares serão acirrados, com o bloco de oposição ligeiramente à frente da aliança governista.