Mercados

Era Trump: Gestores de fundos multimercado demonstram preocupação com inflação e equilíbrio fiscal nos EUA

10 fev 2025, 16:51 - atualizado em 10 fev 2025, 16:51
pce eua inflação
(Imagem: sasirin pamai's Images)

Os gestores de fundos multimercado têm demonstrado preocupações com a inflação e com equilíbrio fiscal e, desta vez, não é (só) sobre o Brasil. De acordo com a pesquisa feita pela Empiricus Research, o atual governo dos Estados Unidos, sob Donald Trump, coloca o mercado em alerta com políticas tarifárias, protecionistas e inflacionárias.

Há seis meses, o cenário indicado pelas 40 gestoras consultadas era positivo para a inflação americana. De janeiro para fevereiro, esse sentimento mudou para o negativo, o que significa que há uma expectativa de alta na inflação nos próximos meses. Em relação ao fiscal, o cenário até melhorou, mas segue com um viés negativo e a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA se mantém.

Já no cenário doméstico, o sentimento dos gestores segue pessimista. Além da inflação e das contas públicas, o crescimento do PIB reverteu o viés positivo anterior, revelando ainda a preocupação do mercado com essas questões.

Essa pesquisa foi feita levando em consideração os principais acontecimentos do mês envolvendo a posse de Donald Trump e suas primeiras medidas — políticas tarifárias e migratórias –, além da manutenção das taxas de juros entre 4,25% e 4,5% nos EUA.

Os mercados globais também apresentaram forte volatilidade na última semana de janeiro, após a empresa chinesa DeepSeek apresentar uma ferramenta de Inteligência Artificial mais eficiente e acessível do que concorrentes como o ChatGPT. Ações de empresas como a Nvidia, registraram queda expressiva no período.

Por aqui, as atenções ficaram com o IPCA-15 que surpreendeu no mês, com alta de 0,11% frente à expectativa de 0,02%, mostrando um cenário de piora na inflação. Além disso, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu por mais uma alta de um ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), chegando a 13,25%.

Em relação às bolsas de valores, tanto do Brasil, quanto dos Estados Unidos, o sentimento neste mês é de que houve uma melhora em ambas as regiões. O destaque vai para a B3, que saiu do viés negativo e passou a subir levemente.

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Onde estão alocados?

Na pesquisa da Empiricus com as gestoras, a alocação dos fundos multimercados no cenário brasileiro tiveram uma redução na posição vendida em real contra o dólar e a inversão no direcional para a bolsa brasileira, em patamar marginalmente positivo.

Já nos ativos internacionais, nos Estados Unidos, os destaques permanecem para as posições compradas em dólar (contra desenvolvidos e emergentes) e em bolsa americana.

Vale destacar que os números negativos indicam “vendido” no caso de bolsa, crédito, câmbio e commodities. Já nos juros significa que as apostos são nas altas taxas; em inclinação, significa que os gestores “tomaram” na curva longa e aplicaram na curta; e a inflação implícita significa que apostam que a inflação irá subir. Nos números positivos, a lógica se inverte.

A Empiricus destaca que as informações foram retiradas principalmente das cartas enviadas ao público em geral, referentes ao mês de fevereiro. Foram convidadas a participar cerca de 40 gestoras de multimercados, (sugeridas oficialmente, presentes na incubadora de fundos e gestoras que ainda não fazem parte das sugestões oficiais).

Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.