Era de ouro das ações está no fim e a culpa é da Inteligência Artificial, diz The Economist; entenda
De acordo com a revista britânica The Economist, uma das mais respeitadas do mercado financeiro, “em 10 anos, ninguém estará repetindo a conclusão óbvia atual: que investidores em ações, especialmente nos Estados Unidos, estão aproveitando uma era de ouro”.
Entre os motivos, está um sentimento extremamente otimista do mercado com o potencial de geração de riquezas pela Inteligência Artificial (IA). O problema, segundo a The Economist, é que, até agora, as empresas de tecnologia não parecem corresponder às expectativas.
A revista afirma que, num cenário realista de valuations, taxas de juros e impostos, um investir que almeje ganhos reais de 4%ao ano no mercado de ações, na próxima década, precisará torcer para que os lucros das empresas cresçam a uma taxa média anual de 6%. Trata-se, segundo a publicação, de um desempenho próximo ao melhor já visto no pós-guerra.
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É possível que os valuations, medidos pela expectativa de lucros crescentes, sofram com uma saturação na tendência de expansão dos lucros. Atualmente, os múltiplos dessas empresas estão em média 80% tão altas, quanto estavam durante a bolha ponto.com, no final da década de 1990, e 90% tão altas quando o crescimento observado durante 2021.
Empresas de tecnologia ainda não têm políticas claras envolvendo IA
Após a divulgação dos resultados da Nvidia (NVDC34), em 22 de fevereiro, que continham um lucro bruto de US$ 17 bilhões, houve uma empolgação que elevou o valor de mercado de ações em US$ 2 trilhões.
Apesar de não ser comparável à bolha das empresas ponto.com dos anos 90, a Economist afirma que continua não sendo recomendável correr para comprar essas ações.
Isso porque as empresas de tecnologia que utilizam os chips fabricados por essa gigante ainda não têm uma política clara de como irão utilizar a IA, sem resolver questões de modelos de linguagem.
“Mesmo que a IA tenha o potencial de transformar completamente as sociedades, os investidores atuais podem ter dificuldade em discernir quais empresas irão lucrar com isso”, afirma a publicação.