Equador: Entenda onda de violência que assola o país e envolvimento do Brasil
O Equador está passando por uma onda de violência em meio a uma disputa de forças entre governo do país e o crime organizado.
Ontem (9), homens armados e encapuzados invadiram uma emissora de TV em Guayaquil durante uma transmissão ao vivo. Foi possível ouvir tiros e gritos no local. Neste dia, ocorreu ainda o sequestro de vários policiais.
O presidente, Daniel Noboa, afirmou reconhecer a existência de um “conflito armado interno” no país e identificou várias gangues criminosas como “organizações terroristas”. Noboa já havia decretado, na segunda-feira (8), um estado de emergência de 60 dias no país, incluindo toque de recolher e presença militar nas ruas e nas prisões.
“Acabo de assinar um decreto de estado de emergência para que as Forças Armadas tenham todo o respaldo político e legal em suas ações”, disse Noboa em publicação feita nas redes sociais.
“Acabou o tempo em que os condenados por tráfico de drogas, assassinatos por encomenda e crime organizado ditavam ao governo de ocasião o que fazer”, destacou. “Não vamos negociar com terroristas.”
A crise enfrentada pelo país é complexa, englobando superlotação nos presídios, atritos políticos, ineficiência militar, entre outros aspectos.
Um dos pontos de destaque do conflito se deu após a fuga do chefe de uma quadrilha, José Adolfo Macías — conhecido como “Fito” –, do presídio em que estava cumprindo sentença de 34 anos.
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Posicionamento do Brasil sobre ataques no Equador
O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota em que afirma estar acompanhando “com preocupação” os últimos acontecimentos no Equador.
“O governo brasileiro acompanha com preocupação e condena as ações de violência conduzidas por grupos criminosos organizados em diversas cidades no Equador. Manifesta também solidariedade ao governo e ao povo equatorianos diante dos ataques. O governo segue atento, em particular, à situação dos cidadãos brasileiros naquele país. O plantão consular do Itamaraty pode ser contatado no número +55 61 98260-0610 (inclusive WhatsApp).”
Ainda envolvendo o Brasil, na terça-feira (9) houve denúncia do sequestro do brasileiro Thiago Allan Freitas. Em vídeo publicado nas redes sociais, Gustavo, filho de Thiago, explicou que a família arcou com parte do resgate, no entanto, não dispõe de todo o montante necessário.
O Itamaraty disse que está em contato com a família e apurando as circunstâncias do ocorrido junto às autoridades do Equador.
“Em observância ao direito à privacidade e ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, informações detalhadas poderão ser repassadas somente mediante autorização dos envolvidos. Assim, o MRE não poderá fornecer dados específicos sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros”, disse a pasta em nota.
* Com informações da Reuters