Equador cancela venda de petróleo em meio a colapso dos preços
A Petroecuador é mais uma petroleira da América Latina a cancelar uma venda de petróleo quando a pandemia de coronavírus esmaga a demanda global por energia.
A estatal cancelou uma venda de 2,88 milhões de barris do petróleo Oriente nesta semana, depois de receber ofertas decepcionantes, disse o porta-voz Vladimir Cabezas. “As ofertas não eram o que esperávamos”, disse.
É a primeira vez que a Petroecuador não completa uma oferta de petróleo desde que a empresa retomou as vendas em 2017, depois de uma pausa de cinco anos. A colombiana Ecopetrol também cancelou uma licitação do tipo Vasconia no início deste mês.
O cancelamento das vendas é mais uma consequência da demanda fraca e excesso de oferta. Enquanto refinarias globais reduzem o consumo de combustível, os maiores produtores do mundo bombeiam milhões de barris em uma guerra por participação de mercado. Nesse cenário, o petróleo tipo Brent, usado como referência global, registrou o pior trimestre da história.
O Equador, que deixou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo em janeiro para poder bombear e vender petróleo sem limites, tem usado vendas à vista como indicadores dos preços de mercado.
Grande parte do petróleo equatoriano está comprometido até 2024 para pagar empréstimos garantidos por petróleo com petroleiras chinesas e com a PTT da Tailândia. O Equador renegociou termos com bancos para poder oferecer mais petróleo no mercado à vista.
A última venda da Petroecuador de petróleo Oriente, um grau pesado exportado principalmente para refinarias da costa oeste dos EUA, foi para a Phillips 66 com um desconto de US$ 2,78 o barril em relação ao WTI.
Na época, o WTI era negociado na casa dos US$ 50. Hoje, o petróleo está cotado em cerca de US$ 20. A estatal Petroamazonas, que atua na área de produção e exploração, pode dar lucro com o WTI acima de US$ 18 o barril.
Em 2019, as exportações de petróleo do Equador subiram pela primeira vez em cinco anos, para 404.269 barris por dia, de acordo com relatórios de embarques e dados do governo compilados pela Bloomberg.