Epidemia na China trava deslanche do açúcar, mas sem esvaziar potencial de alta
O açúcar raspa um teto de preços que poderia até ser rompido, para o bem dessa commodity que há tempos não experimenta um bom momento como o atual. Mas o coronavírus pegou o mercado pelo flanco da aversão ao risco e também enviesadamente contra alguns fundamentos.
Nova York teria suporte para estar com as telas de março e maio, nas posições mais curtas, dos 15 centavos de dólar por libra-peso para cima. Já que os déficits recorrentes da produção indiana, de 23% no acumulado de outubro a janeiro, como Money Times trouxe há alguns dias, sustentam um escalada mais firme.
Nesta sexta, os contratos fecharam em mais 14,92 c/lp o março, com alta de 0,18 pontos, e o maio em mais 0,15, 14.69 c/lp.
A resistência vem na esteira da migração de potenciais recursos de investidores que poderiam arriscar na commodity mas são desviados para ativos de menor risco, porém o analista Maurício Muruci verifica os cenários que vieram com o impacto da epidemia sobre a economia.
A Índia cancelou alguns embarques, segundo ele, porque os navios não são descarregados na China. Juntando com a desvalorização do real e das moedas dos países originadores, enquanto o dólar index sobe no mundo, as fixações de exportadores aumentam.
Daí, lembra Muruci, da Safras & Mercado, “tem muita gente na entrega física de março”. Mercado nenhum sustenta preços com muito oferta, mesmo que concentrada.
Ainda de lambuja, o petróleo segue derretendo. Petróleo em baixa, pressiona o etanol e o mercado enxerga mais açúcar no mix brasileiro.
E isso também mantém represados os vencimentos na ICE Futures quando poderiam estar melhor do que estão.