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Entrevista: telemedicina veio para ficar ou é só mais uma tendência passageira?

22 fev 2021, 11:39 - atualizado em 22 fev 2021, 11:39
Apesar de parecer recente, a modalidade já existe há anos (Imagem: Divulgação/Teladoc)

A telemedicina, tecnologia que conecta médicos e pacientes por meio de chamadas de vídeo, está conquistando o seu espaço na vida dos brasileiros, após um empurrãozinho criado pela pandemia do coronavírus, que acelerou o processo de aceitação da alternativa à visita presencial de consultórios.

Apesar de parecer que ela surgiu no último ano, junto com o coronavírus, a telemedicina já estava no mercado há alguns anos, mas foi legalizada apenas em 2020, como forma de emergência para o tratamento de pacientes doentes.

Muitos já utilizam a nova forma de se consultar de maneira natural, mas para outros não é tão fácil ceder para as novidades do mercado. Assim, fica aquela pergunta no ar: a telemedicina veio para ficar?

Para entender mais sobre o assunto, o Money Times realizou uma entrevista exclusiva com o Diretor Comercial e de Marketing da Teladoc, Bruno Amaro. A empresa é especializada na nova modalidade de consultas e atua em diversos países do mundo.

De acordo com Bruno, a Teladoc chegou ao Brasil em 2018 quando realizou a aquisição da Advance Medical, que atuava no país desde 2014. A empresa possui mais de 50 mil médicos cadastrados em sua plataforma global e mais de 100 milhões de vidas cobertas em todo mundo. No Brasil, são 7 milhões de vidas, que devem se transformar em mais de 10 milhões com o novo app em 2021. 

A dúvida sobre a aceitação da tecnologia no Brasil ainda é muito forte, já que o país conta com a cultura de visitas presenciais enraizada. Para a Teladoc, a aceitação está caminhando bem, com ajuda da pandemia.

Para a Teladoc, o acesso à saude no país faz com que os pacientes procurem pela telemedicina, já que apenas 25% da população tem plano de saúde (Imagem: Divulgação/Teladoc)

“Notamos que a pandemia acelerou o uso da telemedicina, já que médicos e pacientes passaram a recorrer a esse tipo de atendimento, transformando de forma positiva a implementação de novas tecnologias, principalmente o novo aplicativo da Teladoc. Vivemos um momento de aceitação, de maior compreensão e de entendimento de que a telemedicina é um método que veio para ficar e para beneficiar os pacientes e profissionais com mais segurança e comodidade”, afirmou Amaro. 

Para ele, o acesso à saude no país faz com que os pacientes procurem pela telemedicina, já que apenas 25% da população tem plano de saúde.

“Nesse sentido, a telemedicina não substitui uma consulta presencial, mas traz uma solução para problemas de acesso à saúde que os brasileiros enfrentam, como prontos socorros superlotados, falta de médicos e longos tempos de espera. De acordo com nossos levantamentos, até 95% das queixas de saúde podem ser resolvidas através da telemedicina”, completou. 

O serviço também se mostra um benefício para os pacientes quando se fala de valores. A Teladoc conta com diferentes formatos de cobrança e tem o foco principal em empresas, mas em 2020, em função da pandemia, as consultas foram disponibilizadas de forma gratuita, com o objetivo de levar o atendimento médico de forma segura, prática e resolutiva para toda população. 

Para este ano, as perspectivas da empresa são de aumentar ainda mais o fornecimento do serviço para os clientes pessoa física e, de acordo com Bruno, surgirão novos serviços além das modalidades de atendimento já usadas (consulta médica por telefone, programa nutricional, esportivo, programa de gestantes, monitoramento clínico, opinião médica especializada e consulta médica por vídeo).

O serviço também se mostra um benefício para os pacientes quando se fala de valores (Imagem: Divulgação/Teladoc)

Médicos e planos de saúde

Essa é uma questão muito forte para o uso da telemedicina. Acredito que se você já realizou esse tipo de consulto, essa dúvida já passou pela sua cabeça, não é mesmo?

Nesse quesito, a Teladoc explica que telemedicina tem uma alta resolutividade, o que significa que em mais de 95% dos casos, o paciente consegue todas as informações e cuidados que precisava para sua queixa de saúde, e dessa forma, não precisa ir ao hospital ou a uma consulta presencial na maioria dos casos, o que faz a modalidade ser eficiente. 

Isso pode ser confirmado pela alta disponibilidade de empresas que agora realizam esse serviço, como grandes hospitais e empresas de planos de saúde, que estão aderindo aos poucos a modernidade. Para Amaro, esse já é um passo muito grande.

A maioria dos grandes planos de saúde entendeu a necessidade de ter a teleconsulta como um serviço para os beneficiários e já adotou a modalidade. Apesar da pandemia ter acelerado esse processo, o serviço ainda não é uma realidade para todos os planos de saúde Brasil afora. Nesse contexto, empresas como a Teladoc se colocam como o parceiro ideal para ampliar a oferta e o acesso a telemedicina”, afirmou. 

Médicos consideram a modalidade como prática para avaliar casos de pacientes (Imagem: Divulgação/Teladoc)

Para ele, os planos abraçaram a causa e estão buscando maneiras de aumentar a sua presença e cuidado virtual, já que é necessário, mais do que nunca, se adequar ao momento em que estamos vivendo.

Assim, para a Teladoc, a telemedicina é uma tendência mundial sem volta. ” Assim como os smartphones e o acesso à internet romperam a barreira entre online e offline, acreditamos que a telemedicina será conhecida apenas pelo que ela realmente é, ou seja, medicina”, completou Amaro.