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Entrevista: CEO da JHSF explica posicionamento digital com novo app CJ

01 mar 2021, 15:00 - atualizado em 01 mar 2021, 14:55
JHSF-Setor Imobiliário
Em entrevista exclusiva ao Money Times, CEO da JHSF fala sobre momento da empresa(Imagem: JHSF/Divulgação)

Mesmo com a cultura forte do presencial da JHSF (JHSF3), a empresa se adaptou ao meio digital, no qual já investia há alguns anos, para atender as necessidades dos clientes de forma mais flexível durante a pandemia, informou o CEO da empresa, Thiago Alonsoem entrevista exclusiva ao Money Times.

De acordo com ele, a empresa reforçou o funcionamento dos aplicativos CJ Fashion, CJ Concierge e CJ Food, que cresceram, respectivamente, 190%, 420,3% e 75,4% no trimestre, em relação ao mesmo período de 2019.

Para Thiago, o delivery foi uma boa maneira de criar conveniência para o cliente, que hoje pode escolher ser atendido pessoalmente, ou receber o seu produto em casa, mas nos momentos mais críticos da pandemia pode ter o mesmo serviço que já conhecia da forma que precisava.

Ele afirma que o mundo digital tira as barreiras do mundo físico, então foi uma possibilidade de oferecer mais coisas do que já eram oferecidas, como o exemplo do aplicativo de restaurantes, o CJ Food, que foi criado no segundo trimestre de 2020.

Mas, esse serviço de delivery não atrapalha o consumo físico? Para ele, não. “Eu quando olho o comportamento dos meus filhos, vejo eles fazendo tanto o digital quanto o físico. Então isso reforça a crença de que a combinação entre os dois é ótima, já que traz flexibilidade para o cliente”, completou o empresário. 

Balanço financeiro

A JHSF obteve um balanço financeiro superior a expectativa do mercado no 4º trimestre desde ano, apesar de trabalhar com setores que foram fortemente afetados pela pandemia do coronavírus.

O lucro líquido da empresa caiu 10,4% no período ante os mesmo três meses de 2019, somando R$ 189 milhões. Por outro lado, a receita líquida subiu 111%, para R$ 394,6 milhões.

No acumulado de 2020, o lucro líquido disparou 98,6%, para R$ 638 milhões. O Ebitda ajustado subiu 245%, indo a R$ 695 milhões.

Para os analistas da XP Investimentos, BTG Pactual e Mirae Asset, os números mostram que os próximos meses da empresa devem ser bem fortes, apostando em um desempenho ainda mais positivo da companhia.

Thiago Alonso Oliveira é CEO da JHSF desde 2015 (Imagem: Divulgação/JHSF)

O CEO afirmou que o resultado do trimestre e do ano não é fruto apenas do trabalho realizado na pandemia, mas sim de anos de preparação interna para situações adversas como esta.

O número do ano passado não é só fruto do trabalho recente. O olhar de longo prazo para o produto, para a relação com o cliente, isso tudo floreceu, mas não é porque teve a pandemia, e sim pelo trabalho de muitos anos, para que no momento necessário, tivéssemos o posicionamento certo para ser um local onde os clientes fossem procurar o que estavam precisando”, afirmou Alonso. 

De acorco com ele, a maior motivação da empresa é trazer qualidade ao seu público, sendo assim, tudo na experiência do consumidor conta para melhorar a sua a qualidade de vida, desde a organização do ambiente, até o atendimento personalizado. 

Para isso, a empresa criou um padrão de qualidade que vai ser encontrado em um hotel da rede em São Paulo ou em Salvador, mas ao mesmo tempo está disponível nos restaurantes da rede e nos shoppings. Assim, a ideia é que independente de onde esse consumidor esteja, ele saiba que pode consumir esses serviços da mesma forma que consumiu da última vez.

Um grande desafio que o mundo físico tem daqui pra frente é criar uma razão para que as pessoas queiram ir até o lugar. Antigamente, a gente precisava ir até o lugar e de repente, com tudo isso, os lugares vem até a gente. Então, por que você vai levantar do conforto da sua cadeira se você pode pedir algo pelo celular?”, comentou o CEO sobre a necessidade de criar essa vontade nos clientes.