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Entrevista: Reforma da Previdência ajudou a colocar o assunto em discussão, diz presidente da Icatu

07 ago 2017, 12:58 - atualizado em 05 nov 2017, 13:58

Presidente da Icatu Seguros, uma das maiores seguradoras independentes do País em previdência privada, Luciano Snel vê o setor se beneficiando com a reforma da Previdência, que o governo de Michel Temer pretende aprovar até outubro.

“O grande benefício é a urgência de se pensar no assunto”, diz. Segundo ele, há um movimento crescente de trabalhadores buscando plano privado. A Icatu registrou alta de 315% na captação líquida de previdência nos cinco primeiros meses deste ano, ante o mesmo período de 2016, somando R$ 1,3 bilhão.

Como a reforma da previdência impacta o setor?

O grande benefício da reforma já chegou, que é dar transparência e importância ao tema. Hoje, boa parte dos brasileiros discute o que é a previdência, os pilares dela – governo, empresa e contribuinte -, longevidade e teto de contribuição. O grande benefício é essa urgência de pensar sobre o assunto e tomar alguma decisão a respeito.

Mas quais são os impactos práticos? O setor vai crescer mais?

Acredito que sim. Essa resiliência que o setor conquistou nos últimos anos, mesmo durante a crise, já é fruto do debate sobre a reforma. Já tem um fluxo maior de novos participantes entrando nos fundos de previdência privada.

A reforma deve impulsionar o crescimento da Icatu?

Ela é um ‘driver’. Já começou a dar impacto e acredito que é uma variável importante para o público. Muita gente pensa no tema, mas às vezes posterga a tomada de decisão. A reforma da previdência tem dado senso de urgência para as pessoas fazerem algo a respeito.

O elevado nível de desemprego os obrigou a repensar estratégias para o segmento corporativo?

Como algumas empresas reduziram seu corpo de funcionários, algumas pequenas até fecharam as portas, a gente sentiu em alguns casos uma redução no número (de planos de previdência contratados pelo segmento). Sentimos em diferentes setores em variados momentos. Os setores que mais sentimos no inicio da crise foi o de óleo e gás e o da construção civil. No de óleo e gás, multinacionais que tinham acabado de se instalar no Brasil, encerraram seus planos previdenciários porque fecharam as operações aqui.

Há algum sinal de retomada na área?

A impressão é que o pior já passou. No fim do primeiro semestre, começamos a ouvir o empresariado voltando a falar de investimento, futuro, captações e emissões de dívidas lá fora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

(Por Luciana Dyniewicz)

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