Aguinaldo Ribeiro

Entrevista: líder do governo quer aumentar bancada com pauta da segurança

28 fev 2018, 21:01 - atualizado em 28 fev 2018, 21:01
Aguinaldo
“A base do governo está trabalhando para ganhar novos deputados, e esse é um trabalho dos partidos, não do governo”

Liderada pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP), a bancada do governo – que reúne PMDB, PP, PR, PSD, entre outros – tem a expectativa de ganhar novos integrantes até o final do prazo da janela para troca partidária (de 7 de março a 7 de abril).

Na avaliação de Ribeiro, a prioridade neste ano serão os projetos da pauta de segurança, como a regulamentação do sistema integrado de segurança pública, além de outros temas importantes para o Planalto.

O paraibano Aguinaldo Ribeiro é formado em engenharia civil e está em seu segundo mandato como deputado federal. Ele comandou o Ministério das Cidades no governo Dilma Rousseff, entre 2012 e 2014.

Quais serão os possíveis efeitos da janela partidária na composição da bancada do governo? 
O governo está absolutamente tranquilo. Nós vamos aguardar essa movimentação para que as lideranças partidárias ocupem as comissões permanentes temáticas. A base do governo está trabalhando para ganhar novos deputados, e esse é um trabalho dos partidos, não do governo. É cedo para dizer, mas a expectativa é que tenhamos um saldo positivo.

Qual é a pauta prioritária do governo na Câmara?
Sem dúvida, o tema da segurança pública é prioritário para o governo e para a Casa. O próprio presidente Rodrigo Maia já havia anunciado, antes da intervenção no Rio, uma pauta com foco nessa área e agora ela passa a ter mais urgência, em razão da intervenção e da situação agravada em diversos estados brasileiros. Temos também outras pautas igualmente importantes, como o teto remuneratório do setor público (PL 6726/16).

O governo não conseguiu aprovar a reforma da Previdência. A expectativa é de que 2018 seja um ano difícil?
Não existe facilidade no nosso mundo legislativo, porque há uma pulverização de ideias em volta de cada tema. No ano passado, avançamos bastante em matérias importantes, como a reforma Trabalhista e a terceirização. Com isso, nós podemos ter um cenário de melhorias mesmo num ano como esse, tão turbulento. E nós vamos continuar com uma pauta relevante, como a proposta de adesão automática ao Cadastro Positivo (PL 8184/17), a autonomia do Banco Central (PLP 142/04) e a segurança pública.

Quais são as deficiências do atual sistema político, em sua opinião?
A fidelidade partidária e a janela expõem um problema: a fragilidade dos partidos. Acho que temos um número excessivo de partidos que precisa ser reduzido, porque não temos um programa partidário consistente. Num país como o nosso, é inconcebível ter essa quantidade de partidos e a possibilidade de formação de novos. A solução para a democracia é o fortalecimento dos partidos.