Entrevista: 2016 mostra que a Bolsa vale para quem vê o longo prazo, diz Roberto Indech
O ano de 2016 quer ser esquecido por muitos de nós, mas pode ser também lembrado como uma redenção para os investidores que se mantêm firme nas apostas de longo prazo na Bolsa. Até agora, a valorização do Ibovespa chega a quase 34%.
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“Desde 2010 tivemos 6 anos de queda – em 2012 não caímos, mas ficamos abaixo da inflação – e o que podemos tirar disso tudo é que ainda dá para acreditar no mercado de capitais brasileiro”, explica Roberto Indech, analista da Corretora Rico, em entrevista para o Money Times.
Confira abaixo os principais trechos da conversa:
O cenário político e econômico continua ainda muito tumultuado. No meio disso tudo dá para dizer que 2017 parece melhor do que víamos quando 2016 se iniciou?
O ano que vem, especialmente o primeiro trimestre, ainda será bastante incerto e com muita volatilidade. No Brasil, temos as eleições para Câmara e Senado. Isso deve definir muito o rumo do ajuste fiscal, principalmente na Câmara. E ainda tem a sempre presente questão da Lava Jato.
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No cenário externo, apesar de Donald Trump já ter divulgado alguns nomes de seu governo, ainda não temos uma ideia concreta de como ele será conduzido. Além disso, temos as eleições na França, incertezas na Itália…
Então o primeiro trimestre tende a definir como será o ano?
É um período bastante complicado e com bastante relevância. Sem dúvida ainda vamos caminhar muito ao sabor do cenário político.
Qual foi a lição de 2016?
Acho que a lição que fica… não é bem uma lição. Desde 2010 tivemos 6 anos de queda – em 2012 não caímos, mas ficamos abaixo da inflação – e o que podemos tirar disso tudo é que ainda dá para acreditar no mercado de capitais brasileiro. E, agora, o investidor que compra no longo prazo pode ter perspectivas porque estava difícil de olhar em prazos maiores.
2017 na Bolsa: o que pode ser destravado e que ainda não subiu forte?
Um setor que não destravou ainda é o de construção civil. Os papéis que subiram estão em linha com o Ibovespa e as expectativas melhores podem ajudar a deslanchar essas ações, principalmente quando os sinais da economia real voltarem.
Teremos uma rotação de investimentos da renda fixa para bolsa como consequência da queda da Selic?
Já tivemos um evento muito grande disso em 2012, quando chegamos a 7,25%, mas essa rotação não ocorreu. O perfil do investidor brasileiro ainda é muito conservador e que gosta dos juros altos…