Entre os frigoríficos, Itaú BBA coloca as fichas no Minerva (BEEF3) e (apesar de) no JBS (JBSS3)
O spread entre a venda de carne bovina e a compra de boi nos Estados Unidos seguirá pressionando a JBS USA e comprometer as margens da JBS (JBSS3), da mesma forma que as operações locais da Marfrig (MRFG3) apararão os resultados nos balanços da companhia.
Mas ainda assim o Itaú BBA mantém a “visão construtiva para a JBS”, menos para a segunda companhia.
O novo relatório da instituição também coloca em patamar positivo as ações BEEF3, da Minerva.
Marfrig e BRF (BRFS3) são referendadas como neutras.
Spreads
“O preço das ações da JBS tem sofrido nos últimos dias devido ao pessimismo do mercado em relação às margens da empresa no 4T22 no segmento de beef nos Estados Unidos. Uma margem Ebitida potencialmente menor do que o esperado (na casa dos dígitos baixos) pode gerar preocupação com as margens em 2023”, escrevem os analistas.
Enquanto a companhia controlada pela família Batista mantém a recomendação, pelas razões opostas de spreads melhores em suínos e aves no mercado americano – por menores pressões de custos de grãos na alimentação e preço da carcaça melhor (caso de suínos) -, a Marfrig segue em “neutralidade” certamente por ser mais dependente somente de bovinos.
Segundo o Itaú BBA, “notamos crescente preocupação dos investidores com as margens da empresa em 2023, com os dados de estoque de gado indicando uma redução de 4% em relação ao ano anterior”.
China e preços
Em janeiro não se confirmou, como escreveu Money Times hoje, mas o Itaú BBA acredita em preços melhores de exportações de carne bovina em 2023, o que eleva as perspectivas para o Minerva, o player mais exposto às exportações.
Para o destino chinês, o cenário é de otimista para os analistas. “De acordo com nossas verificações de canal, as negociações entre frigoríficos e compradores chineses indicam um ambiente melhor para os preços nas próximas semanas, nos esforços para recompor os estoques após o feriado do Ano Novo Chinês”.
Consumo e finanças
Em relação à BRF, há uma cautela na visão sobre as margens, que poderiam ser ampliadas pelo melhor ambiente doméstico, como acredita a administração da companhia.
O tom cauteloso do Itaú BBA também é relação às finanças da empresa processadora de aves, suínos e outros produtos de consumo final.
“Precificamos apenas um retorno às margens normalizadas a partir de 2024 – especialmente considerando o valor do patrimônio líquido comprimido da empresa em relação ao seu EV, levando a grandes oscilações potenciais no preço das ações”, destaca o relatório.
Sem que se descarte que uma melhora acima do esperado na divisão brasileira pode tornar a empresa mais atraente para os investidores ainda este ano.
Daí, então, que a BRF fica sob recomendação neutra.