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Entre ministro político ou técnico em eventual vitória, Lula ficará com os dois no Mapa

13 out 2022, 11:47 - atualizado em 13 out 2022, 12:22
Agricultura
Pasta da Agricultura e Pecuária em governo do PT gera dúvida sobre qualificações do titular (Foto: Fabiano Bastos)

O mesmo dilema que algumas análises dizem que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em relação ao futuro ministro de Economia, em caso de vitória nas eleições de 2022, se espalha para a maioria dos ministérios, mas para a pasta da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o peso é quase igual.

Ministro político ou técnico? Ou um perfil que reúna as duas qualidades, independente se o eventual escolhido pender mais para uma ou outra?

É bem possível que o candidato petista acabe optando pela terceira via, dadas as condições da saída das urnas no primeiro turno e a formação do Congresso.

Bem como, do ponto de vista de praticidade na condução do Mapa – ou de qualquer outro prédio da Esplanada dos Ministérios – não há relação excludente entre um “potencial futuro ministro que seja tanto político como técnico”.

A pista foi dada pelo senador Carlos Fávaro (PSD), que está na frente da coordenação de campanha de Lula junto ao agronegócio, especialmente do Mato Grosso, seu estado e onde o presidente Jair Bolsonaro ganhou em 117 municípios de 141.

Do primeiro ministro do Mapa do primeiro governo Lula, Roberto Rodrigues, exclusivamente técnico e de perfil acadêmico – apesar de ter liderado entidades institucionais, como a Abag -, nem no seu segundo mandato, nem no período da sua sucessora Dilma Rousseff e nem no mandato-tampão de Michel Temer houve alguém parecido.

Fávaro não acentua definitivamente que todo o agronegócio ficará contra Lula se seu terceiro mandato vingar, dadas as condições de acomodamento das forças políticas, dos interesses pragmáticos dos empresários do setor e, mais ainda, porque se “confirmará que [vitorisoso] não trará prejuízo algum para o setor”.

Um ministro também com histórico técnico, de produtor por exemplo, ajudaria na defesa das teses do PT, como combate ao desmatamento ilegal e demarcação de terras indígenas, entre outras, aos quais o senador acredita que possam ser provadas viáveis sem prejudicar os negócios.

No Congresso, porém, a história poderá ser outra, na medida em que a configuração que tomará a partir de janeiro precisará de muito esforço para quebrar a resistência dos partidos do Centrão e bancada ruralista (umbilicalmente ligados), cuja representação da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) está irrestritamente com Bolsonaro.

Um lado bem político, com bom trânsito, cairia bem no Ministério da Agricultura.

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