Comprar ou vender?

Entre Itaú (ITUB4) e Nubank (ROXO34), XP tem um claro favorito; veja

02 jun 2024, 15:58 - atualizado em 02 jun 2024, 16:23
Itaú-Nubank
Ainda de acordo com a XP, nos últimos trimestres a qualidade do crédito da empresa está apresentando algum grau de deterioração (Imagem: Reuters e Divulgação)

O Nubank (ROXO34) desbancou o Itaú (ITUB4) em valor de mercado na última terça-feira, o que rendeu manchetes em inúmeros veículos.

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O roxinho já havia conquistado tal feito assim que realizou o seu IPO, em 2021, mas a tempestade dos juros fez com que o papel derretesse 70%. Em mais uma reviravolta, porém, a empresa entregou resultados que superaram as expectativas e a fintech disparou mais de 200%. Em 2024, a companhia subiu mais 45%, enquanto o Itaú caiu 7%.

Mas isso é suficiente para vender Itaú e comprar Nubank? Para a XP, optar por investir na fitech só por esse fato não faz sentido. Em relatório, os analistas dizem que a capitalização de mercado reflete o preço das ações e não necessariamente o valor das empresas.

“Embora concordemos que a tese de crescimento e alavancagem operacional do Nu tenha se provado, o banco negocia a múltiplos bastante elevados quando comparamos com outros bancos. Já para o Itaú, vemos o banco negociando em linha com os pares, mas com algum desconto em relação à média histórica”, explica.

Ainda de acordo com a XP, nos últimos trimestres a qualidade do crédito da empresa está apresentando algum grau de deterioração. Já para o Itaú, o pior momento da inadimplência parece ter ficado para trás.

“Reconhecemos que o Nubank tenha sido capaz de passar de forma tranquila pelo conturbado momento recente do ciclo de crédito. Que impactou severamente alguns bancos brasileiros. Entretanto, vemos o banco com um maior apetite a risco nos últimos trimestres, o que deveria levar a um aumento das provisões nos próximos trimestres”, coloca.

Em relação ao Itaú, a XP diz que seu portfólio diversificado, combinado a uma política de concessão de crédito bastante humilde (com o banco reconhecendo onde tem diferenciais na concessão), permitiu que navegasse de forma saudável durante o período crítico do ciclo de crédito. Com isso, a corretora espera que o banco mantenha um nível estável de provisões nos próximos trimestres.

“Com 100 anos de história, vemos o Itaú como um banco já consolidado e reconhecido pela sua eficiência operacional e boa alocação de capital. Assim sendo, quando comparamos o banco incumbente com a fintech estimamos que uma parte muito maior do seu valor esteja em um horizonte previsível. Já para a fintech, estimamos que parte substancial do seu valor esteja na perpetuidade”, discorre.

Ademais, a XP vê o Itaú com um carrego mais positivo nos próximos anos dado que o banco elevou a parcela do lucro a ser distribuída aos seus acionistas (payout). E embora seja difícil definir de forma categórica qual banco deveria ter a maior capitalização de mercado, os analistas veem as ações do Itaú como um investimento menos volátil e com um pouco mais de previsibilidade de resultados nos próximos anos.

A XP tem recomendação de compra para o Itaú, enquanto a recomendação é neutra para o Nubank, com preço-alvo de R$ 7,7.

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