Internacional

Entenda por que a Venezuela quer parte da Guiana

05 dez 2023, 11:54 - atualizado em 05 dez 2023, 11:54
Nicolás Maduro
Disputa remonta ao período colonial, mas região é rica em petróleo. “Demos os primeiros passos para recuperar o que é nosso”, disse Maduro (Imagem: REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria)

Em um cenário geopolítico já complexo, uma antiga disputa territorial ganha novos contornos. O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reacendeu recentemente a longa controvérsia sobre a região do Essequibo, uma vasta área de 159.500 quilômetros quadrados que constitui quase dois terços do território da Guiana.

A disputa remonta ao período colonial, quando Espanha e Grã-Bretanha reivindicavam a região. Após a independência da Venezuela, em 1830, e da Guiana, em 1966, a contenda persistiu.

Maduro, invocando um nacionalismo histórico, tem expressado repetidamente a pretensão da Venezuela sobre o Essequibo, alegando direitos baseados em reivindicações do século XIX.

No último final de semana, a Venezuela aprovou um referendo popular sobre a anexação do território, com 95% da população a favor. “Demo os primeiros passos de uma nova fase histórica de luta pelo que é nosso e de recuperação do que os libertadores nos deixaram: Guayana Esequiba”, disse Maduro após o resultado.

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Venezuela mira em região rica em petróleo

Por trás dessa reivindicação, há razões estratégicas significativas. A região é rica em recursos naturais, incluindo petróleo, ouro e minerais.

Além disso, sua localização geográfica é estrategicamente valiosa, oferecendo acesso ao Oceano Atlântico.

Especialistas apontam que a insistência de Maduro pode ser uma estratégia para fortalecer o sentimento nacionalista na Venezuela, um país que enfrenta severas crises econômicas e políticas.

Ao desviar a atenção do público para uma questão externa, Maduro busca consolidar seu poder interno.

A comunidade internacional tem observado com cautela os desdobramentos dessa disputa. A Guiana, apoiada pela decisão de um tribunal internacional em 1899, que atribuiu o território a ela, tem buscado soluções diplomáticas, apelando à Organização das Nações Unidas e à Corte Internacional de Justiça.