Álvaro Dias

Entenda os planos de governo de cada um dos presidenciáveis

16 ago 2018, 18:30 - atualizado em 16 ago 2018, 18:30
Agência Brasil/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Há muitas maneiras de decidir como votar em cada candidato: seja pelos feitos passados, pelas falas no palanque, pelo desempenho em debates ou mesmo por ir com a cara dele. Mas uma das maneiras mais completas de entender o que cada candidato quer para o país é lendo seu plano de governo, que é o documento que todo presidenciável entrega ao TSE com o intuito de mostrar, de forma clara, o que ele quer para o Brasil, caso seja eleito.

Money Times reuniu o plano de governo dos presidenciáveis, de forma que você tenha fácil acesso aos planos de cada um, e possa ler sem urgência. É importante notar que, apesar da presidência ser um grande poder que vem com grandes responsabilidades, ela não é o poder absoluto; algumas das propostas oficiais podem ser inviáveis porque estão além da alçada do que um presidente deve fazer. Boa leitura!

Alvaro Dias (Podemos)

Alvaro Dias trabalha com uma plataforma cujo objetivo é, de acordo com o documento, “refundar as bases da República”, o que se constitui em um plano de 19 metas. De acordo com o candidato, os principais problemas do Brasil são “desemprego e desalento, segurança ineficaz, educação desqualificada, saúde doente, fundamentos econômicos capengas, constituição envelhecida e ambiente anti-empresa e contra inovação”.

De acordo com Alvaro, o plano de 19 metas foi inspirado no plano do presidente Juscelino Kubitschek. Na Economia, a meta central é promover um crescimento médio de 5% ao ano, através de redução e simplifcação de tributos, reforma da estrutura de gastos públicos e desenvolvimento da indústria através da inovação. Ele também quer que a agricultura chegue a produzir 300 milhões de toneladas de grãos até 2022.

Leia o plano de Alvaro Dias na íntegra aqui.

Cabo Daciolo (Patriota)

Cabo Daciolo acredita que o Brasil deve reconquistar o status de soberania, que segundo o candidato, foi perdido quando o país conquistou a independência, há 196 anos. As propostas de Daciolo envolvem investir 10% do PIB em educação, construir mais campi de universidades federais e garantir os direitos sociais à educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, transporte, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e infância, como exposto na Constituição Federal.

No que diz respeito à Economia, o plano de governo afirma que, se eleito, Daciolo vai baixar juros e impostos, com o intuito de atrair investimentos estrangeiros e competir no mercado internacional. Além disso, mesmo querendo investir em saúde, educação, moradia e alimentação para todos enquanto diminui impostos, Daciolo quer investir em desenvolvimento tecnológico.

Leia o plano de Cabo Daciolo na íntegra aqui.

Ciro Gomes (PDT)

O primeiro parágrafo do documento começa com a frase “Esse não é o nosso Programa de Governo. São as diretrizes que vamos discutir com a sociedade”, e diz que tudo que está escrito está aberto para debate com a sociedade. Ciro tem como pilar do seu plano de governo a geração de empregos; para isso, ele quer que o governo alcance equilíbrio através de reformas fiscal, tributária e previdenciária.

Os pontos específicos incluem, por exemplo: redução inicial de 15% das desonerações tributárias; redução do Imposto de Renda de pessoas jurídicas; redução de impostos sobre consumo; eliminação gradual da “pejotização”; redução da burocracia para abertura de empresas e maior transparência na execução orçamentária. Ciro também quer realizar um pacote de investimentos dirigidos a áreas como habitação, aeroportos, rodovias, telecomunicações e mobilidade urbana.

Leia o plano de Ciro Gomes na íntegra aqui.

Eymael (DC)

Eymael, o democrata cristão, tem um plano de governo cujo objetivo é estimular construção civil, turismo, agronegócio e apoio ao empreendedorismo. Já a reforma tributária, explicada em dois parágrafos no documentos, se resume a simplificar o “sistema”, reduzir a carga tributária e respeitar a capacidade de contribuição.

O plano de governo é mais focado em outras políticas, como sustentabilidade, direito ao lazer e combate às drogas. Eymael é a favor de ter um forte investimento em pesquisa e educação, promovendo a ideia de ensino integral nas escolas de ensino fundamental.

Leia o plano de Eymael na íntegra aqui.

Geraldo Alckmin (PSDB)

O plano de governo de Alckmin menciona tolerância zero com a corrupção, promove reforma política e voto distrital e promete eliminar o déficit público em dois anos (algo que ele prometeu na sabatina da GloboNews). O ex-governador de São Paulo também quer criar um sistema único de aposentadoria, igualando direitos, e combater o crime organizado. Para a Educação, o plano promete que todas as crianças estarão plenamente alfabetizadas até 2027.

Na Economia, Alckmin promove o crescimento por meio de comércio exterior (ele diz que fará esse setor representar 50% do PIB) e diz que o Brasil será o país mais atrativo da América Latina para investidores. Há também menção à indústria 4.0 e ao desenvolvimento sustentável.

Leia o plano de Geraldo Alckmin na íntegra aqui.

Guilherme Boulos (PSOL)

Boulos propõe a criação de um programa de obras públicas que deve expandir investimentos em mobilidade urbana, moradia, saneamento básico e recursos hídricos, sistema de saúde, energias renováveis e desenvolvimento de biomas regionais. Para esse fim, ele diz que vai articular entidades federais, estaduais, municipais e privadas, além de bancos públicos e instituições de pesquisa, para aumentar o controle social e público sobre empresas e financiamento a longo prazo de pequenas e médias empresas.

Citando uma “macroeconomia voltada à transformação social”, o candidato quer reformar o sistema tributário e tributar mais progressivamente a renda de pessoas físicas, o que deve resultar em um ganho líquido de 1,3% no PIB do imposto de renda. Ele também quer reduzir spreads e juros cobrados por bancos comerciais.

Leia o plano de Guilherme Boulos na íntegra aqui.

Henrique Meirelles (MDB)

Meirelles quer, entre outros planos, facilitar a inserção de jovens no mercado de trabalho através do ensino técnico, incentivar a redução de diferença salarial entre homens e mulheres e informatizar o processo de gestão de mão de obra. Um dos pilares do seu governo é a continuidade da reforma da Previdência Social, que segundo Meirelles, “abocanha” 57% de todo o orçamento do Governo Federal.

O candidato do MDB promete terminar as obras públicas paralisadas, planejar uma melhor expansão da infraestrutura do país e simplificar o processo de concessões, além de reequilibrar o risco de empreendimento entre poderes concedente e concessionário.

Leia o plano de Henrique Meirelles na íntegra aqui.

Jair Bolsonaro (PSL)

O “Projeto Fênix”, como é chamado o documento, promete renda mínima para todas as famílias brasileiras com um valor superior ao do Bolsa Família. Além disso, Bolsonaro quer uma nova carteira de trabalho, especificamente verde e amarela, voluntária, onde há um contrato individual que prevalece sobre a CLT, mantendo todos os direitos constitucionais.

Na Economia, Bolsonaro afirma que vai reorganizar a estrutura do país, e vai trabalhar com dois organismos principais: o Banco Central e o Ministério da Economia, que será criado se ele for eleito. O candidato também pretende reduzir alíquotas de importação e das barreiras não-tarifárias.

Leia o plano de Jair Bolsonaro na íntegra aqui.

João Amoêdo (NOVO)

O plano de governo de João Amoêdo não foi encontrado no site do TSE durante a redação desta matéria, mas está disponível no site do candidato. As propostas de Amoêdo incluem maior facilidade para abrir empresas e contratar funcionários, equilíbrio das contas públicas com cortes de gastos, privatizações e revisão de desonerações fiscais.

O candidato do NOVO também quer ter maior controle sobre a inflação através de um Banco Central independente, e quer impor livre escolha da aplicação de recursos do FGTS. Outro pilar do seu plano é ter parcerias para melhorar a infraestrutura do país — portos, aeroportos, ferrovias e mobilidade urbana.

Leia o plano de João Amoêdo na íntegra aqui.

João Goulart Filho (PPL)

João Goulart Filho planeja, entre outras coisas, dobrar o salário mínimo real, acabar com o desemprego e promover a melhoria geral dos salários e aposentadorias. Ele também promete que vai revogar a reforma da CLT no primeiro dia de governo, se eleito. Além disso, o candidato quer dobrar a multa rescisória em caso de demissão desmotivada e voltar à Constituição Cidadã de 1988, revogando todas as emendas e leis previdenciárias de FHC, Lula, Dilma e Temer.

O candidato diz que quer promover a produção e maior produtividade de alimentos nas unidades rurais de pequeno e médio porte. Ele quer realizar uma reforma agrária “verdadeira”, além de garantir que não haverá mais pessoas sem teto no país. Para financiar essas reformas, João Goulart Filho quer reestatizar a Vale e fortalecer o caráter estatal da Petrobras e Eletrobras.

Leia o plano de João Goulart Filho na íntegra aqui.

Lula (PT)

Citando a soberania nacional, o plano de Lula fomenta a promoção de uma reforma política com participação popular, reestatizando capacidades estatais e revogando reformas iniciadas no que o plano governo chama de “golpe de 2016”. O plano também promove propostas de cunho social, como equalidade racial, cultura e esporte.

Na Economia, Lula fala de um “plano emergencial de emprego”, que envolve uma retomada imediata de obras inacabadas, maior investimento na Petrobras, retomada do Minha Casa Minha Vida e criação de linhas de crédito com juros e prazo acessíveis.

Leia o plano de Lula na íntegra aqui.

Marina Silva (REDE)

Marina afirma que seu primeiro compromisso é com a implantação do Plano Nacional de Educação (PNE), o que significa um incentivo para a expansão da educação integral, além de um combate ao analfabetismo (presente em cerca de 11,8 milhões de brasileiros com mais de 15 anos). A candidata quer também integrar o ensino superior às políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação do país.

Além de investir em defesa nacional, educação, saneamento básico e bem estar social, Marina não quer privatizar nem a Petrobras, nem o Banco do Brasil nem a Caixa. Ao invés disso, ela quer que a Petrobras invista mais dinheiro em energia limpa, além de promover mais exportação.

Leia o plano de Marina Silva na íntegra aqui.

Vera (PSTU)

Vera Lúcia quer revogar todas as reformas que retiram direitos, reduzir a jornada de trabalho sem reduzir salários e aumentar os salários e aposentadorias. Além disso, o plano de governo menciona estatizar as 100 maiores empresas sob o controle dos trabalhadores. A candidata também defende uma reforma agrária radical, com o intuito de dar “o campo para quem trabalha!”.

A candidata defende também suspender o pagamento das dívidas interna e externa, revogar a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei Antiterrorismo, além de desmilitarizar a Polícia Militar e descriminalizar as drogas.

Leia o plano de Vera na íntegra aqui.

Leia também o que cada candidato quer para a Petrobras.

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