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Entenda o que é rating e para que ele serve

29 fev 2020, 10:25 - atualizado em 27 fev 2020, 16:24
O rating serve para que investidores saibam o  nível de risco dos títulos de dívida que estão adquirindo (Imagem: Unsplash/@adamaszczos)

É praticamente impossível saber por completo sobre todos os investimentos, qual a rentabilidade? Qual o risco? Vencimento? E para ajudar o investidor algumas empresas oferecem um serviço diferenciado, como o App Renda Fixa, por exemplo, que ajuda o usuário a encontrar as melhores rentabilidades do mercado em títulos de renda fixa. Ademais, existem ainda outras empresas que auxiliam de outra forma, uma delas são as agências de classificação de risco de crédito (do inglês credit rating agency), ou agências de rating.

O que é rating?

rating é uma nota que as agências de classificação de risco de crédito atribuem a um emissor, pode ser um país, empresa ou banco, de acordo com sua capacidade de honrar uma dívida. Serve para que investidores saibam o  nível de risco dos títulos de dívida que estão adquirindo.

O que são as agências de classificação de risco de crédito?

Em primeiro lugar, o objetivo dessas agências é avaliar o risco de determinados produtos financeiros tanto de empresas, bancos e governos. Ao qualificar o emissor, elas atribuem notas e classificam esses países, segundo o grau de risco de não honrarem suas dívidas no prazo contratado.

Atualmente, as três principais agências são: Standard & Poor’s (S&P), Fitch e Moody’s. Essas agências operam mediante remuneração, sendo contratadas por empresas e estados que desejam ser classificados.

Cada agência de classificação de risco possui uma denominação de risco própria. Quanto maior for a probabilidade de não pagamento do avaliado, pior será a sua nota ou classificação. Geralmente, utiliza-se a escala A, B, C, D. Na escala da Standard & Poor’s e da Fitch, a melhor classificação é AAA (triple A); a pior é D. Já na escala da Moody’s, a melhor classificação é Aaa; a pior é C.

Uma breve história das agências de rating

Os Estados Unidos foram pioneiros nesse tipo de atividade. Quando o território dos EUA era mais concentrado na costa leste, era mais fácil saber se alguma pessoa ou empresa era boa pagadora de empréstimos ou compras. Conforme o país foi se expandindo para o oeste, a partir do século XIX, aumentou-se a distância entre clientes e estabelecimentos, e assim houve uma urgência por informações a respeito de cada um. Nesse contexto surgem empresas que forneciam aos comerciantes informações sobre a capacidade do cliente de honrar seus pagamentos devidos, tendo em vista a qualidade dos fiadores.

De forma oficial, as primeiras agências de classificação de risco foram Fitch Ratings, Moody’s e Standard & Poor’s (S&P) também conhecidas como The Big Three. A S&P e a Moody’s têm suas sedes em Nova York nos Estados Unidos, enquanto a Fitch tem duas matrizes – em Nova York e Londres. Em 2013 as três detinham juntas cerca de 95% do mercado global de classificação de crédito. Moody’s e Standard & Poor’s, com aproximadamente 40% cada uma, e Fitch com cerca de 15%.

Crise financeira global de 2008

crise financeira
As agências de classificação de risco de crédito estiveram sob forte suspeita desde a crise financeira global de 2008 por terem atribuído notas muito favoráveis a instituições financeiras e títulos insolventes (Imagem: Medium/Abdullah Al-Basha)

As agências de classificação de risco de crédito estiveram sob forte suspeita desde a crise financeira global de 2008 por terem atribuído notas muito favoráveis a instituições financeiras e títulos insolventes, por exemplo, o Banco Lehman Brothers e os títulos subprime, contribuindo assim para o colapso do mercado imobiliário nos Estados Unidos.

Subprimeé uma denominação utilizada para descrever tomadores de empréstimo de alto risco, enquanto os de baixo risco são os prime.

Para resumir em poucas palavras a crise, as agências de rating ao longo de 2005, 2006 e 2007 avaliaram inúmeros títulos subprime com o carimbo de triple A (AAA). Isso sinalizava para o mercado que existia pouco risco ao comprar esse tipo de título. Muitos classificam essa prática como uma erosão das normas e ética dessas empresas, visando manter grandes comissões e participação do mercado. Mas também, por incapacidade de enfrentar os bancos de investimento emissores desses títulos.

Funcionamento

Para realizar a classificação de risco, as agências de rating recorrem tanto a técnicas quantitativas, por exemplo, como análise de balanço patrimonial, ativo, passivo, fluxo de caixa e projeções estatísticas, quanto a análises de elementos qualitativos, como ambiente externo, setor da empresa, legislação, questões jurídicas e percepções sobre o emissor e seus processos.

As agências de rating classificam os investimentos em dois grandes grupos: os que possuem grau especulativo e os que possuem grau de investimento.

Nas agências Fitch Ratings e Standard & Poor’s:

  • Grau especulativo: a nota mais baixa de todas é a D, que significa risco alto de inadimplência. Ainda na categoria de especulação são atribuídas as notas C, CC, CCC; e também B-, B, B+, BB-, BB e BB+.
  • Grau de investimento: a nota mais baixa do grupo de investimento é a nota BBB-, BBB, BBB+ (qualidade média de investimento). Seguem-se, em ordem crescente, as notas de maior grau de investimento A-, A, A+, AA-, AA, AA+ e AAA.

Na Moody’s:

  • Grau especulativo: a nota mais baixa de todas é a C, seguida de Ca, Caa3, Caa2, Caa1. Imediatamente, segue o grau de especulação, em ordem crescente, B3, B2, B1, Ba3, Ba2, Ba1.
  • Grau de investimento: em ordem crescente, Baa3, Baa2, Baa1, A3, A2, A1, Aa3, Aa2, Aa1, Aaa. As três primeiras notas do grupo de investimento são consideradas categorias medianas de investimentos.

A seguir é apresentada a tabela com todas as classificações das agências.

(Imagem: App Renda Fixa)

Desta forma, agora que você sabe mais sobre os ratings e como eles podem te ajudar, antes de aplicar seu recurso em um CDB ou uma LC dê uma boa conferida na classificação que esse ele possui. Sempre consulte a tabela que disponibilizamos para vocês, caso não se lembre do que significa as letras das notas. Outra coisa muito importante, sempre tome o dobro de cuidado quando se deparar com algum investimento que não tem classificação, pesquisa mais sobre o emissor e sua capacidade de pagar dívidas. Com todas essas informações, você vai poder tomar a melhor decisão!

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