Entenda o processo de recuperação extrajudicial da Casas Bahia (BHIA3)
A Casas Bahia (BHIA3) entrou em processo de recuperação extrajudicial nesta semana. Anunciado na noite do último domingo (28), a notícia resultou uma alta de 34,19% nas ações da varejista na segunda (29).
Com isso, a companhia recuperou metade das perdas registradas neste ano, ganhando fôlego. Na próxima quarta-feira (8), a Casas Bahia fará a divulgação de resultados do primeiro trimestre de 2024.
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A recuperação extrajudicial é um instrumento de negociação entre a empresa e os credores, sem intervenção judicial.
Sendo assim, ela pressupõe que a situação econômico-financeira da companhia é frágil, porém, ainda compatível com uma renegociação parcial.
A Casas Bahia utilizou deste instrumento por entender que a renegociação de sua dívida financeira é suficiente para trazer fôlego ao caixa da varejista, em curto prazo.
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De acordo com Georgia Jorge, analista do BB Investimentos, isso permitiu manutenção dos pagamentos devidos às demais classes de credores não abrangidos pela recuperação extrajudicial.
Dessa forma, afastando o risco de uma recuperação judicial, a qual traria implicações negativas a toda a operação da companhia.
Apesar disso, a aprovação se dá com o atingimento de 50% mais um do quórum, que já foi atingido antes mesmo da preposição da recuperação extrajudicial.
Vantagens e desvantagens para a Casas Bahia (BHIA3)
A proposta de reperfilamento de R$ 4,1 bilhões reduz a pressão de curto prazo no caixa da companhia, de acordo com Georgina Jorge. Com isso, “permitindo à gestão concentrar esforços na execução das alavancas operacionais do Plano de Transformação“.
Além disso, há uma elevação do prazo médio da dívida de 22 para 72 meses, com redução de 1,5 ponto percentual no custo médio.
Segundo a analista, a BB Investimentos considera recuperação extrajudicial positiva à medida em que permite o reperfilamento da dívida de forma mais rápida.
“Em última instância, afasta o risco de uma recuperação judicial iminente e permite à companhia amadurecer as inciativas relacionadas ao seu Plano de Transformação”, afirma.
Contudo, a corretora mantém a recomendação de venda das ações da empresa, com preço-alvo de R$ 9,80. A opinião reflete a incerteza sobre as condições macroeconômicas.
Além disso, ainda há o risco de necessidade de novas captações de recursos da varejista não serem bem-sucedidas.
“Os demais riscos observados são inerentes ao Plano de Transformação em si, combinado com um cenário macroeconômico ainda adverso ao consumo de bens duráveis”, ressaltou Georgina Jorge.
Com essa incerteza, a corretora se mantém conservadora em relação à Casas Bahia, destacando que o alívio da companhia depende da rentabilidade e geração de caixa, além dos outros fatores citados anteriormente.