Entenda o ‘comércio’ do mercado de capitais para ganhar além da compra e venda de ações
Quando falamos de bolsa de valores ou mercados futuros, as palavras “investimento”, “hedge” e “especulação” geralmente vêm à mente. No entanto, é importante lembrar que, sob outro ponto de vista, trata-se de um comércio de compra e venda, onde buscamos lucrar com as variações de preços.
Em um comércio tradicional, temos o produto, o preço e a variável — que é o cliente. Já no mercado de capitais, temos o produto (a ação de uma empresa ou um contrato futuro), o cliente (liquidez no book de ofertas), e a variável é o preço.
No mercado de capitais, existe ainda a opção de vender para recomprar a um preço menor, obtendo lucro na diferença. Essas negociações podem se estender por longos períodos, como no caso de um investidor de longo prazo.
Já para negociações de médio e curto prazo, as posições podem durar de poucos dias a alguns meses. E, claro, temos as operações de curtíssimo prazo, como o day trade, que também seguem o conceito de comércio, gerando notas de corretagem, que são notas fiscais entre as partes envolvidas.
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Sob essa perspectiva, o investidor ou especulador, detentor de capital financeiro, busca o lucro através da compra e venda ou da venda seguida de recompra de ativos, utilizando uma estrutura comercial. O essencial é definir suas estratégias, equilibrando as condições de lucro e risco, onde o tempo pode ser um fator determinante até que a variável preço se ajuste.
Isso cria uma continuidade de tempo a ser aguardada, permitindo que o capital seja dividido em frações para adquirir diversos “produtos” (ativos ou derivativos) ou mesmo diferentes faixas de preço, acompanhando as flutuações das cotações, que são a variável em questão.
Ao combinar ativos e derivativos nas negociações, com o devido conhecimento, chega-se ao conceito de “empresa financeira”. Esta é um tipo de comércio como qualquer outro, mas que utiliza os movimentos das cotações, fracionamentos financeiros e de volume, e estratégias de proteção para gerar um saldo financeiro positivo entre as operações.
Com a infraestrutura oferecida pelas bolsas de valores e futuros, corretoras, controle de notas e impostos, e um computador pessoal, é possível, com uma estrutura simples e enxuta, usar o capital para gerar lucro. Essa abordagem oferece facilidade e liquidez para o capital investido, afastando-se da rigidez dos negócios tradicionais, com suas complexidades tributárias, necessidade de funcionários, estruturas físicas e periféricos. Além disso, com operações bem ajustadas, a carga de trabalho é mínima, proporcionando uma melhor qualidade de vida.
Para adotar esse modelo, é necessário buscar conhecimento adequado, focando menos na ideia de “trader” e mais na de “gestor” de recursos. Isso envolve operações estruturadas, com baixo risco e assimetria positiva, onde a relação entre perdas e retornos é clara e controlável. Como costumamos dizer, não sabemos se começaremos ganhando ou perdendo, mas ao longo de várias negociações, a tendência é que a curva de rendimentos se torne positiva.
Esses conceitos são amplamente utilizados por assets, alguns fundos e investidores ao redor do mundo, que muitas vezes preferem esse modelo ao tradicional comércio. Isso permite resultados semelhantes, mas com carga de trabalho e riscos significativamente menores. Como se costuma dizer: “nada como ter cada centavo sob seu controle, e não exposto a riscos imprevisíveis gerados por fatores externos”.
Exemplos disso incluem empresários que optam por não abrir novas filiais, evitando a imobilização de capital, e preferem manter a liquidez rápida e total ou parcial, com rentabilidades factíveis e reais. Ou detentores de capital financeiro que preferem evitar os riscos e a demora no retorno dos resultados, ou simplesmente não dispõem de tanto tempo para se dedicar.
O mercado de capitais é extremamente versátil e oferece uma gama de possibilidades muito maior do que se imagina.