Entenda como será o funeral e enterro do Papa Francisco

O Vaticano iniciou nesta segunda-feira (21) os preparativos para o funeral e sepultamento do papa Francisco, falecido na madrugada de hoje, aos 88 anos.
A morte do pontífice deu início tanto ao período de luto oficial da Igreja Católica, conhecido como Sede Vacante, quanto à aplicação de um rito fúnebre reformado pelo próprio Francisco em 2024. Entre as principais mudanças está a simplificação do cerimonial e a escolha inédita do local de sepultamento: pela primeira vez em mais de um século, um papa será enterrado fora do Vaticano.
A verificação da morte ocorre hoje, às 15h (horário de Brasília), durante cerimônia na residência de Santa Marta, onde Francisco morava. O cardeal Kevin Farrell, camerlengo da Igreja, irá presidir o rito, chamando o papa pelo nome de batismo três vezes antes de oficializar o falecimento. Em seguida, o corpo será colocado em um caixão de madeira com revestimento de zinco — uma das simplificações introduzidas por Francisco, que aboliu o uso dos três caixões (de cipreste, chumbo e carvalho) utilizados em pontificados anteriores.
O corpo será exposto ao público na Basílica de São Pedro por três dias, a partir de quarta-feira (23), para que fiéis possam prestar suas homenagens. Diferentemente de cerimônias anteriores, o corpo não ficará sobre um estrado elevado, mas será apresentado diretamente no caixão. A missa exequial, ainda sem data confirmada, será celebrada também na Basílica de São Pedro e deverá reunir líderes religiosos, chefes de Estado e autoridades de diversas partes do mundo.
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Após a missa, o papa será sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma. A escolha rompe com uma tradição que perdurava desde 1903, quando Leão XIII optou pela Basílica de São João de Latrão. Francisco declarou, em entrevista em 2023, que tinha uma forte devoção pela Santa Maria Maggiore, onde costumava rezar diante do ícone da “Salus Populi Romani”, especialmente antes e depois de suas viagens apostólicas.
O funeral segue os ritos descritos no Ordo Exsequiarum Romani Pontificis, o livro litúrgico que regulamenta os procedimentos do funeral papal, atualizado por Francisco entre abril e novembro de 2024. As mudanças feitas pelo papa Francisco visam simplificar o cerimonial e destacar a figura do papa como pastor e discípulo de Cristo.
Entre os protocolos mantidos está a destruição do “Anel do Pescador”, símbolo do poder papal, realizada com um martelo cerimonial. Os apartamentos de Francisco, no segundo andar da Casa Santa Marta, foram selados e seus documentos pessoais protegidos pelo camerlengo. No momento do sepultamento, o rosto do papa será coberto com um véu de seda branco e junto a ele serão colocados uma bolsa com moedas cunhadas durante seu papado e um documento que relata brevemente sua vida e pontificado.
Seguindo a tradição, a Igreja celebrará missas em sufrágio ao papa por nove dias consecutivos após a cerimônia exequial. A data oficial do enterro será definida pelo Colégio de Cardeais, que também se prepara para iniciar o processo de eleição do novo líder da Igreja Católica.