Entenda como as campanhas de absorvente mudaram ao longo dos anos
As campanhas de absorvente mudaram ao longo dos anos, acompanhando a transformação da relação menstrual de tabu para uma pauta relevante.
Comerciais que utilizavam líquido azul para representar o sangue, a falta de conteúdos educativos sobre o uso do absorvente e a pobreza menstrual são aspectos que impactam mulheres há anos. Mas o cenário está mudando.
Antes, as propagandas focavam no produto, sem abordar dúvidas, mitos, situações do cotidiano e demais situações que envolvem o período menstrual.
Ao longo dos anos, as campanhas mudaram e marcas começaram a se preocupar em mostrar a realidade, normalizando a menstruação, além de aumentar a educação sobre o assunto.
A marca britânica BodyForm, por exemplo, realizou um movimento sobre a menstruação, ressaltando que menstruar é normal e, logo, as campanhas deveriam retratá-la como é.
No Brasil, novas e tradicionais marcas usam o espaço das redes sociais para tratar da menstruação de forma educativa e naturalizada, buscando conteúdos do cotidiano, com mulheres compartilhando dicas, informações e outros aspectos no intuito de naturalizar a questão.
Menstruação sustentável
As formas de cuidado durante a menstruação também mudaram e impactaram a relação das mulheres com este período, visto que os absorventes descartáveis já não são a única opção, e marcas estão surgindo com novas abordagens, como coletores menstruais e calcinhas.
Ver essa foto no Instagram
As marcas também usam as redes sociais para promover a conscientização, dando instruções de uso e fazendo uma comunicação mais forte sobre a menstruação, de uma forma direta.
Veto da distribuição de absorventes a estudantes e pessoas pobres
Apesar das mudanças, a pobreza menstrual é uma questão em evidência, com o acesso até mesmo aos recursos mais básicos sendo difícil para muitas mulheres.
Relatos de adolescentes que não frequentam à escola durante o período menstrual, uso de miolo de pão, papéis, sacolas plásticas, entre outras alternativas são um reflexo de que ainda há muito a ser feito pela saúde e bem-estar da mulher.
Em novembro de 2021, o presidente Jair Bolsonaro vetou seis trechos do projeto de distribuição de absorventes a estudantes de baixa renda e pessoas em situação de rua, ação que faz parte do projeto de Lei da da deputada Marília Arraes (PT-PE).
Durante o evento realizado no Palácio do Planalto nesta terça-feira (8), em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o presidente assinou decreto para proteção da saúde menstrual e distribuição gratuita de absorventes e outros itens de higiene para mulheres em situação de rua, mulheres de 12 a 21 anos cumprindo medidas socioeducativas e alunas de 9 a 24 anos de idade matriculadas em escolas do programa Saúde na Escola.
A assinatura foi feita dois dias antes da votação sobre o veto do ano passado, que, segundo a Agência Senado, vai ocorrer na próxima quinta-feira (10).