Internacional

Entenda como a Rússia está burlando as sanções econômicas lideradas pelos EUA

07 jul 2022, 12:38 - atualizado em 07 jul 2022, 12:38
Vladimir Putin
Preço do petróleo russo caiu 30% no início da guerra. (Imagem: Sputnik/Dmitry Azarov/Pool via REUTERS)

Desde o início da guerra na Ucrânia, lá em fevereiro, os Estados Unidos e a Europa estão aplicando sanções econômicas contra a Rússia, como forma de retaliação à invasão ao país vizinho.

Entre as medidas, a de maior impacto é a de remoção de bancos russos do sistema Swift – a plataforma financeira e de comércio internacional. É com causa dessa punição que a Casa Branca afirmou, no mês passado, que a Rússia tinha dado um calote. Afinal, o país até tem dinheiro, mas está impossibilitada de realizar pagamentos.

No entanto, os países ocidentais apostaram em uma outra sanção que poderia acabar com a economia do governo Putin: parar de consumir petróleo e gás russos. A Rússia é o terceiro maior exportador de petróleo (atrás apenas dos Estados Unidos e da Arábia Saudita) e um dos maiores exportadores de gás do mundo.

A Europa é a maior dependente da energia russa. Mais da metade dos 10,7 milhões de barris de petróleo bruto que a Rússia exporta por dia vai para o continente europeu.

Acontece que, assim que a guerra estourou, a diminuição na oferta fez os preços da commodity dispararem. Só nos primeiros 15 dias do conflito, o preço do barril de petróleo tipo Brent subiu mais de 20%. E foi aí que o plano das sanções começou a dar errado.

Na mão do Putin é mais barato

A oferta diminuiu, mas a demanda não. A Europa precisou encontrar novos fornecedores de petróleo, sendo que esses outros produtores diminuíram a exportação para os demais países que não tinham nada a ver com a história.

Enquanto isso, o petróleo russo caiu cerca de 30%, atingindo o valor de US$ 78 o barril. A Rússia, então, passou a vender o petróleo com desconto para alguns parceiros comerciais como a China, Japão, Coreia do Sul e Índia.

A China, por exemplo, dobrou as suas importações: até maio, foram US$ 18,9 bilhões em petróleo, gás e carvão russos. Já a Índia gastou US$ 5,1 bilhões com esses produtos, mais de cinco vezes maior que em 2021.

E mais países estão avaliando negociar com a Rússia. É o caso de Laos. O país do sudeste asiático enfrenta uma escassez aguda de combustível e já afirmou que está em busca de fontes mais baratas de combustíveis – e o governo de Putin está na concorrência. O Sri Lanka também foi atrás do petróleo russo quando os seus postos de gasolina secaram.

No final de junho, os líderes do G7 concordaram em estudar possíveis tetos de preços do petróleo e gás russos para tentar limitar o comércio. Enquanto eles não chegam a um acordo sobre a nova sanção, a Rússia segue aproveitando a demanda crescente de energia.

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