Entenda como a pandemia e o Censo interferem nas pesquisas eleitorais
Na disputa das eleições deste ano, além da polarização política, um ponto que chama a atenção são as pesquisas eleitorais de intenção de votos. Os resultados apontados pelos diferentes institutos de pesquisa leva à população à questionar suas qualidades.
Existe uma diferença além da metodologia adotada por cada instituto na hora de fazer o levantamento. Além de adotar um modelo diferente de aplicação de questionário, variando entre presencial e por telefone, com uso de pessoas ou de computadores, e abordagem aleatória ou direcionada, os institutos este ano tem adotado diferentes bases para identificar a cara da população
Cancelamento do Censo e pandemia
Quem determina, normalmente, o perfil da população é o Censo demográfico. Com ele, são identificadas as faixas etárias da população, sua escolaridade, a renda, religiosidade entre outros fatores.
A pandemia de covid-19 fez com que o governo cancelasse o censo, fazendo com que os institutos usem os dados de 2010. A pandemia também modificou a faixa de renda da população, deixando o número ainda mais variável.
Sem dados oficiais sobre o fiel retrato do eleitorado, os institutos adotam métodos distintos para calcular o tamanho de cada segmento na sociedade. Na última pesquisa do Ipec, por exemplo, 57% dos entrevistados disseram ter renda familiar de até dois salários mínimos por mês. No estudo da Quaest, esse grupo representou 38% dos eleitores.
As pesquisas da Quaest dividem os eleitores em três grupos por renda: os que ganham até 2 salários mínimos por mês, os que ganham de 2 a 5 e os que ganham mais de 5 salários mínimos. O Ipec tem quatro faixas de rendimento familiar mensal: até 1 salário mínimo, de 1 a 2, mais de 2 a 5, e superior a 5. No Datafolha, também são quatro grupos, mas distribuídos de modo diferente: os que ganham até 2 salários mínimos, de 2 a 5, de 5 a 10, e acima de 10.
Perguntas são feitas com dinâmicas diferentes
Essas e outras divergências nos perfis dos eleitores considerados por cada instituto levam a resultados distintos ao fim das pesquisas. Para o Ipec, Lula está oito pontos percentuais à frente de Bolsonaro entre os eleitores que estudaram até o ensino médio. Já para a Quaest, os dois candidatos empatam nesse grupo, com o atual presidente um ponto à frente. No Sudeste, o Ipec mostra Lula com dez pontos de vantagem sobre Bolsonaro no primeiro turno. A Quaest aponta para novo empate técnico, com o candidato do PL dois pontos à frente.
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