Entenda como a inflação pode subir com a reforma tributária
A reforma tributária deve ser votada na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (6). A proposta está cercada de negociações tanto de diversos setores da economia, quanto de políticos.
O plano inicial é criar um novo imposto dual que vai substituir o IPI, PIS/Pasep, Cofins, ICMS e ISS. Basicamente, os impostos federais IPI, PIS/Pasep e Cofins serão substituídos por uma Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), gerida pela União.
Já os impostos locais (ICMS e ISS) serão agregados em um Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), gerido pelos estados e municípios.
Embora a ideia da reforma tributária seja simplificar os impostos no país, Vitor Sousa, analista da Genial Investimentos, alerta que a mudança no atual sistema tem um potencial de risco inflacionário.
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Ele lembra que, hoje, o setor de serviços que corresponde a cerca de 70% da economia é comparativamente menos tributado que a indústria, que contribui com cerca de 20% da economia.
“Diante da implementação da alíquota única que deve desonerar a atividade industrial por meio da não cumulatividade dos tributos combinada à manutenção atual da carga tributária, enxergamos que a tributação sobre o setor de serviços deverá sofrer um aumento como forma de compensar a queda da arrecadação na indústria”, afirma.
Vitor destaca que a magnitude deste efeito ainda é incerta, uma vez que o governo ainda não definiu a nova alíquota padrão. Além disso, a complexidade do atual sistema tributário também impõe desafios para o cálculo dos efeitos inflacionários.
Ele ainda lembra que a pressão dos setores da economia por maiores exceções ao IBS deve contribuir para a elevação da alíquota padrão, gerando maiores riscos altistas para a dinâmica de preços futura da economia.
Inflação em queda
Os últimos dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostram um movimento de queda na inflação. O IPCA-15 de junho ficou em 0,04%, após alta de 0,51% em maio.
No resultado acumulado em 12 meses, o IPCA-15 ficou em 3,40% em junho, ante 4,07% no número registrado até maio. A expectativa é de que a inflação cheia de junho seja marcada por um resultado negativo, ou seja, de deflação.