Entenda as sanções econômicas contra a Rússia e as possíveis consequências para o mercado global

Os Estados Unidos e seus aliados estão desde o início da semana anunciando sanções econômicas contra a Rússia, com o objetivo de desestabilizar a economia russa e influenciar a retirada das suas tropas da Ucrânia.

As medidas são a principal resposta do Ocidente ao conflito estabelecido no leste europeu, já que o presidente dos EUA, Joe Biden, esclareceu que não pretende socorrer os ucranianos com suas tropas militares.

Biden afirma, há meses, que não pretende se envolver militarmente no conflito. Tanto a Rússia como os EUA possuem um grande arsenal nuclear, o que poderia aumentar a tensão do conflito em escala global.

Além dos norte-americanos, os governos europeus se uniram à tarefa de isolar a Rússia economicamente, aplicando outras sanções ao país.

Ordem executiva

Dentre as medidas anunciadas, através de uma ordem executiva por diferentes líderes mundiais, estão:

• Joe Biden, presidente dos EUA: proibiu cidadãos e empresas norte-americanas de realizar transações financeiras para alguém em Donetsk ou Lugansk (regiões reconhecidas como independentes por Putin). E também cancelou investimentos nas duas regiões separatistas da Ucrânia;
• Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido: anunciou sanções contra mais de 100 bancos russos, excluindo do sistema financeiro britânico. Além disso, a Aeroloft, maior companhia aérea do país, será proibida de pousar em solo britânico;
• Johnson também sugeriu que a Rússia fosse excluída da Swift (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication), um sistema interbancário global, mas a medida ainda é discutida entre os líderes;
• Olaf Scholz, primeiro-ministro da Alemanha: congelou a certificação do gasoduto Nord Steam 2, que liga a Rússia à Alemanha.

Juntas, as sanções impedirão que aproximadamente US$ 1 trilhão em ativos bancários russos fluam pelos mercados dos EUA e dos sistemas financeiros de seus parceiros.

Impacto real

Com o passar do tempo, essas sanções devem fazer com que o mercado de capitais russo enfraqueça, reduza o valor do rublo (moeda russa) e torne cada vez mais difícil fazer negócios com o país.

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Apesar da iniciativa rápida e intensa por parte dos líderes, é provável que os efeitos reais demorem ao menos um ano para ter um impacto na Rússia.

Brian O’Toole, que até 2017 atuou no Departamento do Tesouro dos EUA como consultor sênior do diretor do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, disse à NBC News que pode levar anos para que as sanções prejudiquem a economia russa.

“Eu me preocupo um pouco que, se não houver impacto econômico imediato na Rússia, isso possa dar a Putin a ideia de que a dor das sanções é menor do que ele antecipa e dar a ele algum incentivo para continuar com seus planos”, disse O’Toole ao jornal norte-americano.