Entenda a política de preços da Petrobras (PETR4) e os planos de Lula para a empresa
Desde outubro de 2016, a política de Preços de Paridade de Importação (PPI) da Petrobras (PETR3;PETR4) vincula o preço dos derivados de petróleo nas refinarias ao comportamento da commodity no mercado internacional.
O cálculo leva em conta o preço de aquisição do combustível e os custos logísticos até o polo de entrega. Nessa conta entra o frete marítimo, taxas portuárias e o transporte rodoviário, por exemplo.
Além disso, a estatal considera uma margem de riscos inerentes à operação, como a volatilidade da taxa de câmbio e dos preços sobre estadias em portos e lucro, além de tributos.
O pareamento torna o custo dos derivados de petróleo mais volátil, por isso, o reajustes no litro da gasolina e do diesel são mais frequentes. Tudo depende da cotação do dólar e do comportamento do mercado internacional de combustíveis.
Segundo a Petrobras, a nova política prevê avaliações para revisões de preços pelo menos uma vez por mês.
Mudanças nos preços da Petrobras
No entanto, esse modelo pode estar com os dias contados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já criticou mais de uma vez a forma com a estatal vem os combustíveis no mercado nacional.
Ao longo de sua campanha eleitoral, ele disse mais de uma vez que tinha a intenção de rever a fórmula de precificação da empresa e que era preciso “abrasileirar” os preços dos combustíveis. Por isso, ele vem se reunindo com o novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Prates defende a criação de um fundo de estabilização. O modelo é adotado por outros países exportadores de commodities e permite que o governo tenha uma espécie de colchão financeiro para subsidiar os preços no mercado interno em períodos de choque do petróleo.
Segundo a presidente do PT Gleisi Hoffmann, a mudança na política de preço da Petrobras só será possível em abril com a renovação no Conselho de Administração da estatal.
Impostos
A Petrobras também deve se envolver em uma questão que está tirando o sono do governo: a reoneração do Pis e Cofins da gasolina e do etanol, previsto a partir do dia 1º de março.
O Ministério da Fazenda calcula que a reoneração vai garantir R$ 28,9 bilhões aos cofres públicos em 2023. Mas a ala política é contra o fim da isenção, que vai impactar nos preços dos combustíveis e na inflação.
Segundo publicado pelo O Globo, está sendo avaliada a prorrogação da desoneração dos impostos federais sobre a gasolina e o etanol por mais dois meses. Outra alternativa é subir os tributos gradualmente.
No caso de uma volta gradual nos impostos, a expectativa é de que a Petrobras compense o movimento com uma redução do preço dos combustíveis em suas refinarias.