Então é Natal: Selic em 12,25% vai impactar o 4T24 do varejo?
A inflação acima do teto da meta e a Selic terminando o ano em 12,25% ao ano não parecem estar abalando o varejo brasileiro. Segundo um relatório da XP Investimentos, após o intenso período promocional da Black Friday, o setor começou o mês de dezembro com sinais de aceleração nas vendas.
Dados coletados em visitas a cerca de 35 lojas em shoppings de São Paulo indicam que o lançamento de coleções completas de verão, aliado a ajustes nos preços, está impulsionando o desempenho no mês.
Por outro lado, alguns varejistas notaram uma redução no fluxo de clientes nas lojas em comparação ao terceiro trimestre, o que foi compensado por preços mais altos e melhores taxas de conversão.
Os analistas afirmam que, apesar do tom positivo nas vendas até o momento, ainda é cedo para determinar o desempenho total do quarto trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. Muitos varejistas esperam que as últimas duas semanas sejam decisivas, impulsionadas pelo pagamento do 13º salário, o costume dos consumidores de deixarem compras para a última hora e o recesso de fim de ano.
A avaliação é de que a forte deterioração do cenário macro no último mês ainda não foi totalmente refletida nos consumidores. No entanto, alguns lojistas já mencionam a depreciação do real frente ao dólar e o aumento das taxas de juros como obstáculos para as vendas, uma vez que os consumidores estão se tornando, de modo geral, mais seletivos em relação às compras.
Entre as tendências identificadas, estão:
- A demanda por eletrônicos, especialmente smartphones, tem mostrado melhora;
- O Pix tem se popularizado como método de pagamento, enquanto a oferta de parcelamento sem juros foi reduzida;
- A Farm ETC, linha de acessórios da marca, foi bem recebida, com algumas lojas mencionando falta de estoque;
- A Schutz continua enfrentando desafios, mesmo com o lançamento de novas coleções;
- Após uma Black Friday menos promocional, as vendas estão aumentando na Life/Vivara.