Ensaio de recuperação do etanol pode ser mantido se o petróleo não pressionar gasolina
A média de R$ 3,00 o litro (com imposto) que o etanol hidratado alcançou na semana passada nas unidades produtoras, em alta de mais de 3,25% segundo o Cepea, após três reduções bruscas semanais, tem aspectos positivos que podem manter a recuperação estabilizada ou até acumular mais ganhos.
A paridade para a gasolina está competitiva, em 68% em São Paulo, por exemplo, sendo o principal ponto visto pelo trader Martinho Ono, para quem houve excesso nas quedas do biocombustível, mesmo sob impacto das restrições intensificadas desde março, que forçaram algumas unidades a aceitarem ofertas menores nas vendas.
Se não houver mudanças para baixo nos preços praticados na refinaria, pela Petrobras (PETR4), sob pressão do petróleo, os acima R$ 1,50 de média de diferença na bomba – esteve em R$ 1,64 em São Paulo no dia 10 -, ajudará na retomada dos preços melhores, estima Ono, da SCA Trading.
Junto, o certo relaxamento nas restrições, com várias praças importantes no Brasil voltando à fase vermelha, alimentará mais o consumo.
Por isso, Paulo Strini, operador de mercado do Grupo Triex, igualmente vê espaço para preços melhores nas usinas e destilarias.
Outra variável que deu suporte aos preços é que o consumo melhorado do hidratado se refletiu nas distribuidoras, que escoaram as compras de março, com ganhos seguidos nos preços também na última semana, segundo levantamento do Cepea.
E a oferta, tanto para o CEO da SCA Trading, quanto para Strini, está muito moderada neste início de safra. Martinho Ono, inclusive, acredita que o veranico neste mês de abertura oficial do ciclo 21/22 do Centro-Sul prejudica “um pouco do desenvolvimento da cana e tem retardado um pouco os trabalhos das usinas, restringindo a oferta de etanol”.
Ou, para o trader do Triex, ainda tem oferta baixa porque há muitas usinas não estão em operação ainda.