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Enquanto os juros sobem e a Bolsa cai, B3 lucra; mas até quando?

14 nov 2021, 13:47 - atualizado em 14 nov 2021, 21:44
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A diversificação da B3 vem sendo apontada como uma saída para tirar o peso do mercado de ações do resultado da dona da Bolsa brasileira (Imagem: B3/Divulgação)

Apesar da alta da taxa de juros, que afasta o investidor da renda variável, e a queda do Ibovespa (IBOV), os números da B3 (B3SA3) do terceiro trimestre mostram que a dona da Bolsa brasileira continua no jogo.

A companhia encerrou o período com lucro de R$ 1,29 bilhão, aumento de 13%  e em linha com as estimativas compiladas pela Refinitiv, o que pode ser considerado um alívio dado o atual cenário.

Segundo o Bank Of América, a B3 continua a mostrar números operacionais resilientes, apoiados pela maior volatilidade provocada pelas próximas eleições presidenciais, inflação elevada e taxas de mercado em alta.

Para o BofA, a queda de 30% do papel foi exagerada perto do tropeço de 10% do Ibovespa.

Apesar disso, a Genial destaca que a alta da taxa Selic, assim como fatores político-econômicos e regulatórios, começam a atrapalhar a evolução da volumetria e precificação de alguns produtos.

Já o Safra ressalta que as receitas já mostram sinais de desaceleração devido a base de comparação mais forte.

O volume médio negociado ao dia em listados (ADTV de R$ 31,5b) teve crescimento de 9,6% no ano, mas queda de 4,9%  no trimestre, refletindo deterioração do cenário macroeconômico brasileiro.

Diversificação: a receita da B3 para tirar o peso da crise

Os analistas lembram as iniciativas de diversificação e expansão de receita da B3, que se bem sucedidas, podem ajudar a Bolsa a descolar do índice Ibovespa em momentos de estresse.

As mais recentes iniciativas incluem a aquisição da Neoway, maior empresa de big data e analytics do Brasil e diversos lançamentos de ETFs de criptomoedas, além do investimento na Pismo Holdings, plataforma techfin de processamento de serviços financeiros na nuvem, e na empresa da Totvs (TOTS3) de softwares de gestão de back-office para empresas do segmento financeiro.

Na visão do Safra, outras unidades de negócios também estão crescendo, apresentando alguma resiliência nos investimentos da B3.

“Os resultados financeiros foram fortes mais uma vez, ajudados pelas taxas de juros mais altas durante o período, e um aumento nos investimentos financeiros totais”, aponta.

Os analistas Luis F. Azevedo, Silvio Dória e Gabriel Pucci recordam que a ação está com preço sobre lucro (P/L) de 14 vezes contra os 22 vezes da média histórica de cinco anos.

Para a Ativa, o modelo de negócio diversificado e verticalizado da companhia, somado a um cenário setorial de baixa concorrência e alto potencial de crescimento, sustentam o otimismo com a ação.

“Apesar do trimestre não ter apresentado números tão expressivos quanto dos últimos balanços, a B3 segue crescendo receita em todos os segmentos, com destaque para o crescimento de volumes no segmento listado e os ganhos de relevância na receita total do segmento de tecnologia, dados e serviços”, completa o analista Leo Monteiro.

Veja as recomendações

Corretora Recomendação Preço-alvo
Ativa Compra R$ 19
Safra Compra R$ 21
Bank of America Compra R$ 22
Genial Compra R$ 20

 

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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