Commodities

Enquanto governo ajudar a inflar o dólar, o milho tende a absorver a pressão da safrinha

22 jun 2020, 8:39 - atualizado em 22 jun 2020, 10:02
Milho
Colheita do milho de inverno, a principal safra brasileira, já avança em vários estados (Imagem: REUTERS/Inae Riveras)

A colheita do milho de inverno já está chegando em 10% no Brasil e a pressão da oferta é um fundamento que, até o momento, deve ser absorvida pelo fator cambial. Enquanto o governo Bolsonaro seguir produzindo instabilidades e o exterior adicionando incertezas, a inflexão do dólar, sempre próximo aos R$ 5,50, vai ajudar.

O volume brasileiro do cereal de segunda safra, a safrinha, entre 70 e 75 milhões de toneladas, naturalmente que lima um pouco das cotações e leva a alguns ajustes – nesta segunda (22), perde 0,57%/US$ 3,30, o contrato de setembro em Chicago, às 8h40 (horário de Brasília) -, mas o analista Vlamir Brandalizze acha que além do “governo ajudar o produtor”, a maior parte da colheita nas próximas semanas é para cobrir contratos.

O caso Queiroz-Flávio Bolsonaro (senador, Republicanos-RJ) e os respingos no governo de Jair Bolsonaro, bem como no Congresso, deve manter a fervura da desvalorização do real.

Externamente, o cenário gera expectativas positivas limitadas quanto à reabertura das economias, mas com foco em novas estatísticas da pandemia – inclusive sobre o consumo americano de etanol de milho – e ao ambiente político interno dos Estados Unidos, com a campanha presidencial nas ruas e o livro do ex-assessor de segurança nacional, John Bolton, prometendo revelações sobre o governo Trump.

Em relação especificamente à safra e exportações, o chefe da Brandalizze Consulting vê situação favorável porque parte relevante das 30 milhões/t que devem ser exportadas já está comprometida.

E o mercado interno segue com expectativas de voltar às compras a partir de agosto/setembro, para abastecimento do setor de rações.