Enoturismo paulista vai de perto a longe, com charme próprio, e sem pompa e circunstância. Confira
A rota do vinho paulista não tem o glamour e a fama que a homônima gaúcha conquistou, merecidamente, pelos atributos de bebida fina e ambiente unido entre gerações de descendentes de italianos e paisagens de serras, em um belo trabalho de marketing.
Mas São Paulo pode oferecer algo semelhante, se mais não for pela mesma longeva história, que começou com imigrantes portugueses na colonização e, depois, com a imigração italiana, ainda mais antiga que a vivida no Rio Grande do Sul.
O enoturismo próximo, a média distância e até mais longe da capital paulista pode ser programado mesmo de bate pronto, sem muita preparação e reservas, ao contrário do do Sul, mais procurado por brasileiros de todas as partes.
Seja em Jundiaí ou São Roque, em esticadinha entre os dois centros mais famosos de vinicultura do Estado; Espírito Santo do Pinhal, Amparo, Serra Negra e São Bento do Sapucaí, se se desejar um final de semana; ou em Ribeirão Branco e São Miguel Arcanjo – que certamente poucos ouviram falar – para um período mais longo, opções não faltam.
Vai do prazer da degustação de vinhos nas vinícolas, visitas guiadas à fabricação e aos parreirais, aos complementos de praxe: caminhadas, bons restaurantes – quem sabe até com truta pelos lados de São Bento do Sapucaí, na fria Mantiqueira -, pousadas nas propriedades ou na região (incluindo as das zonas rurais)
Ou simplesmente um dolce far niente.
Os pacotes são negociáveis de acordo com o tamanho da empreitada turística. As degustações, com comidinhas, podem variar de R$ 200 a R$ 300
Algumas dicas
Em São Roque, a Vila Don Patto é uma das mais famosas, mas a Vinícola Góes é a mais antiga, com filial hoje em Flores da Cunha (RS).
A região está entre as de vinicultura tão mais tradicional quanto Jundiaí. Inclusive tem até a Estrada do Vinho, com várias tabernas para serem conhecidas.
Na outra vizinha de São Paulo, como São Roque, em Jundiaí, o predomínio é de famílias de italianos, como as adegas Maziero, Sibinel, Beraldo di Cale e Vinícola Saccomani.
Um pouco mais distante, a cerca de 100 kms, em Santo Antônio do Pinhal, procure a Guaspari, dona do vinho cabernet do mesmo nome, premiado.
Entre 50 a 80 kms mais a frente, em Amparo e Serra Negra, Vinícola Terrassos, Família Silotto, e Família Carra podem figurar no roteiro.
Nestas quatro últimas cidades ainda há o roteiro de café que pode ser agregado.
Na Serra da Mantiqueira, na Villa Santa Maria, em São Bento do Sapucaí, o domínio da família proprietária é o vinho Bandina.
Agora, quem quiser rodar cerca de 470 kms desde a capital paulista, bem no Sudoeste, Ribeirão Branco apresenta o Hotel Vinícola Família Davo, em uma região cercada de muito verde, com a fronteira paranaense próxima e os vários parques estaduais que se estendem desde Registro.
Com opção de ainda esticar a São Miguel Arcanjo, a 1 hora de distância, famoso por sua produção de uvas brancas.